Luto

GAUBI - Por Totonho Laprovitera

Conheci Gaubi em 1974, quando fomos colegas no curso científico do Colégio Integral.

GAUBI - Por Totonho Laprovitera

Conheci Gaubi em 1974, quando fomos colegas no curso científico do Colégio Integral. De lá para cá, convivemos em uma amizade tão boa que chegamos a nos tornar irmãos escolhidos.

Se eu fosse contar todas as histórias criativas que dividimos ao longo desses 50 anos, daria um livro do tamanho e peso de uma escora de porta de igreja.

Era comum, quando nos achávamos, comentarmos como atraíamos pessoas peculiares onde quer que fossemos. Com a graça da amizade, cultivávamos o bom humor que a vida exige, e a gargalhada era nossa trilha sonora. Quantas festas, quantas viagens! Quanto afeto entre nossas famílias, fruto da nossa fraternidade!

Entre tantas passagens marcantes, uma se destaca quando Gaubi iria receber o título
de Cidadão de Maceió. Ele me pediu algumas histórias para incluir no discurso, e eu enviei
várias, incluindo a que, no início dos anos 1960, vivia em Orós e teve suas primeiras
experiências políticas.

Dois presidentes visitaram a cidade devido à construção do açude: Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros. Durante a visita de JK, Gaubi, vestindo a farda do Grupo Escolar Professor Roberto Rolim, apertou a mão do excelentíssimo e disse: “Seja bem-vindo, senhor presidente.” Juscelino, passando a mão em sua cabeça, respondeu sorrindo: “Esse garoto vai longe…” Gaubi, surpreso, exclamou: “Totonho, como é que você lembrou disso?” E eu, rindo, respondi: “Gaubizim, eu não lembrei, não. Eu inventei!” Caímos na risada!

Gaubi, profundo conhecedor da música popular brasileira, iniciou sua carreira como “Gal Vaz”, destacando-se pelo violão marcante e voz de estilo próprio. Pausou a música para se formar em medicina, tornando-se o Dr. Dagmar Vaz, um respeitado nefrologista e gestor hospitalar.

Em 1988, participou da equipe que realizou o primeiro transplante renal em Alagoas. Empreendedor e inovador, ele conduziu sua carreira médica com a mesma maestria
de seu talento musical. Em 2007, Gaubi voltou à música com o lançamento do CD “Amigos” no Centro de Convenções de Maceió. Ele abriu o show interpretando “Cena de Novela”, composta por mim e Amaro Penna. Durante o espetáculo, letras, poemas de Pedro Cabral e minhas artes visuais projetadas no palco compuseram o primeiro show musical com cenário digital no Brasil.

Cerca de mil pessoas assistiram ao evento. e de almas” Discípulo de São Lucas, Gaubi era amigo, generoso, solidário, médico – cantor, músico e pintou o sete na arte da amizade. “de homens Gaubizim, dê um abraço no nosso amigo Wiron e no seu irmão Ribamar por mim!
Gleick, Pedro, Flora, Victor, Joaquim, Benício e Júlia, recebam meu abraço fraterno !!!

Fonte: Totonho Laprovitera
Créditos: Polêmica Paraíba