OPINIÃO

Fascismo, os ovos da serpente - Por Rui Leitão 

 

A serpente está rastejando livremente entre nós, destilando seu veneno. Ela tem nome: FASCISMO, o movimento político que cultua a morte e a destruição. O ovo que pôs, está sendo chocado, exprimindo graves ameaças ao futuro da humanidade. Se não reagirmos logo, a extrema direita se tornará mais fortalecida, conquistando governos e poder. O projeto ideológico e criminoso desse pessoal, trabalha com o propósito de desestabilizar as democracias liberais e o Estado de Direito.

Estamos assistindo esse jogo político tomando corpo em nosso país. A metáfora do avanço do totalitarismo nazifascista no mundo, muito bem colocada pelo cineasta Ingmar Bergman, no filme “O Ovo da Serpente”, mostra o personagem de um cientista afirmando que era possível prever o futuro comparando-o ao ovo de uma serpente. Através da fina casca se observa o réptil peçonhento. O ovo da serpente no Brasil está constituído pela bolha ideológica que gira em torno de vinte por cento de seguidores da extrema direita.

Essas serpentes abrigadas em seus ovos, estão prestes a eclodir e inocular o veneno da intolerância, favorecendo a instabilidade sócio-política-moral, que concorre para matar a democracia. A alucinação psicopática dos que estão nessa “bolha ideológica”, nos faz lembrar um pensamento magnífico de Bocage: “Nas paixões, a razão nos desampara”. Procuram instalar o caos que gera o desespero, na intenção de torná-lo matéria prima para os líderes populistas, com vocação despótica, moldarem os mais diversos discursos de ódio.

O fanatismo cego fecunda esses ovos e os fazem espalhar seus venenos. A democracia é o antídoto capaz de neutralizar seus efeitos. A filósofa Hanna Arendt já nos alertava no século passado, que: “o poder do regime totalitário está centrado na propaganda, visando doutrinar, pois a força da propaganda totalitária reside na sua capacidade de isolar as massas do mundo real com vistas a oferecê-las um mundo completamente imaginário e distante da realidade”.

As forças livres e democráticas precisam impedir que os ovos da serpente prosperem. Não podemos viver numa sociedade alimentada pelo ódio. Bertolt Brecht também fez uma advertência que necessitamos considerar: “a cadela do fascismo está sempre no cio”. Rejeitemos as lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e a democracia. Os supremacistas, os antissemitas, os revisionistas, os xenófobos e os declarados nazifascistas têm que ser combatidos, sob pena de mergulharmos na escuridão da tirania.

 

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba