ESTOUROU A BARRAGEM DE DEJETOS DA ODEBRECHT
É FEDENTINA PARA TODOS OS RECANTOS DO BRASIL
Gilvan Freire
Ali Babá e seus Quarenta Ladrões soltaram o verbo. Houve um tempo em que soltavam verba. E também não são apenas 41 ladrões , são 51, o chefe e seu bando, um esquadrão de grandes corruptores que saquearam os cofres públicos do país, como quem tira água de um poço fundo e inesgotável sem vigia por perto.
Mas essa quadrilha da Odebrecht não é a maior corja de assaltantes do Brasil, é uma das, parte de um consórcio poderoso de gângsters que a escola da criminalidade brasileira formou nos últimos anos para exportar para todo o continente Sul e para a África e Ásia como produto nacional genuíno com selo público de garantia estatal.
Seria menos dramático se esses assaltantes tivessem arrombado cofres uns dos outros e carregado as ‘furtunas ‘que acumularam pela exploração do homem sobre o
homem nesse capitalismo selvagem que se expandiu no Brasil a partir do golpe militar de 64, quando houve um milagre econômico só para os exploradores.
O mais perverso, contudo, é que os saqueadores avançaram diretamente sobre o patrimônio público nacional e arrombaram o Tesouro em época de tomada do poder
pelos pobres sobre as elites, no mais retumbante fracasso da pobreza em sua luta de classes e na busca de suas utopias malogradas.
Pior ainda : esse exército de cangaceiros modernos que se abastece do dinheiro do Estado, da arrecadação dos impostos e dos recursos naturais do país, é integrado também pelos pobres de origem e seus representantes políticos, movidos pela ambição, pela ganância e pela sedução e fascínio que exerce o dinheiro fácil.
Ou seja : são os pobretões e seus líderes que se alugam, se vendem e se rendem para que a riqueza possa continuar concentrada em mãos dos mesmos malfeitores e saqueadores da nação, impossibilitando a libertação dos excluídos e retardando a conquista da justiça social.
Mas, tudo bem, vamos assistir agora ao descerramento dessa cortina suja que vinha encobrindo a podridão de um mundo subterrâneo debaixo de nossos próprios pés , que envolve empresários desonestos, políticos indecentes, pobres sem vergonha e brasileiros honrados mas inocentes úteis, a maior parte vítima de sua incapacidade de indignação.
O maior dique da lamaceira agora se rompe. Haverá catinga para todos os lados. Saberemos mais, além das suspeitas fundadas , sobre pessoas suspeitas, mas ainda assim ainda teremos como nos envergonharmos mais . Moro e sua calma de monge enfermeiro e cirurgião põe o dedo em feridas grandes e fura tomores gordos. Os odores serão insuportáveis. Mas , viva Moro !
Fonte: polemica
Créditos: Gilvan Freire