Os nazifascistas estão se encorajando a saírem do armário. Há quem diga que são estimulados por lideranças políticas encasteladas no poder. Não concordo muito com essa tese, até porque esses personagens do mundo político contemporâneo de nosso país são intelectualmente despreparados para tal. Na verdade, os promotores desse novo comportamento ideológico revelado na internet e na mídia demonstram, antes de qualquer coisa, ser portadores de mentes doentias. Nem têm conhecimento aprofundado sobre o tema.
O problema reside na idolatria cega dos fanáticos da extrema direita. Por isso, não se sentem envergonhados em defender o indefensável. Eles aprenderam a odiar os que são diferentes. Os nazistas não prendiam e matavam apenas os judeus. Faziam o mesmo com os deficientes físicos, os negros, os velhos, os homossexuais, os comunistas. O perigo é que as atitudes desses novos nazifascistas passam despercebidas por grande parte da população que não estuda e não lê. Tornam-se, então, influências perniciosas. Portanto, é um mal que precisa ser cortado pela raiz. São graves ameaças à democracia.
É fundamental que os verdadeiros democratas e todos os que defendem os direitos humanos se manifestem de forma firme e veemente contra esses episódios de flagrante apologia ao nazifascismo, como o ocorrido recentemente no Flow Podcast, protagonizado por um indivíduo conhecido como Monark e o deputado federal Kim Kataguari. O apresentador, sem meias palavras, tentou justificar a necessidade de que deveríamos ter um partido nazista, reconhecido por lei. O parlamentar achou pouco a idiotice proclamada e afirmou que a Alemanha errou ao criminalizar o partido nazista.
Se perguntarem a qualquer um dos dois o que é o nazismo, certamente não saberão responder com segurança de conhecimento. Eles são os chamados “inocentes úteis” em favor de causas que sequer se aprofundaram no entendimento dessa ideologia nefasta. E assim se comportam muitos desses que estão saindo do armário. Na escuridão da ignorância, se colocam a serviço de grupos extremistas de direita que banalizam o mal, vazios de pensamento crítico. Esse fantasma do passado não pode renascer.
São legatários do nazifascismo europeu. Essa gente está cada dia mais disposta a sair do armário. Necessário se faz reagir com contundência. Hordas patéticas que invadem as redes sociais e veículos de comunicação, propondo fortalecer uma onda conservadora e radical, instrumentalizam oportunidades de alcance do poder. E, não podemos ignorar, estão conseguindo em algumas nações.
É um cenário terrível e tenebroso. A opinião pública fica vulnerável à persuasão desses aventureiros políticos que não se acabrunham em, agora, mostrar a sua personalidade peçonhenta. Seus discursos são abertamente racistas, biológicos ou antissemitas. Preocupa a naturalidade com que se comportam os artífices do autoritarismo espelhado nas experiências nazifascistas da Europa no século passado. Mostram-se sedentos por reviver um período triste da humanidade.
Trabalham no propósito de desconstruir a cultura, as instituições, a imprensa e a democracia. Possuidores de ideias extremamente retrógradas, cultuam publicamente o nazifascismo. O processo de doutrinação deflagrado expõe sua monstruosidade. Nazifascismo nunca.
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba