O populismo da extrema direita está perdendo espaço na América Latina. Ontem foi a vez do Chile, elegendo um socialista para presidente do país. Os ventos políticos sinalizam uma marcha triunfal da esquerda em terras sul americanas. Ainda que insistam os reacionários, não se trata da instalação de regimes comunistas ou socialistas extremados. Mostra-se, muito mais, uma volta ao bom senso, na reação que se faz necessária diante dos que tentam, a qualquer custo, matar a democracia.
Reaquecem as esperanças de que um novo tempo está por chegar também aqui no Brasil. Esses movimentos e resultados eleitorais contra o pensamento neoliberal e fascista que vêm ocorrendo em nações vizinhas, nos animam a imaginar, num futuro próximo, o Brasil diferente do que é na atualidade, onde, efetivamente, reine a justiça social e as liberdades democráticas.
Na construção do futuro, é preciso compreender o presente e aprender com o passado. Isso se faz na aglutinação de todas as forças antifascistas e com todos os desejos de liberdade que insistem em se fazerem adormecidos nos corações de muitos brasileiros. Não podemos continuar sendo considerados como massa eleitoral à disposição dos poderosos de plantão. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, já dizia nosso conterrâneo Geraldo Vandré.
Voltemos a ser uma nação democrática, preocupada com o social. Isso não pode ser entendido pelo conceito tradicional do comunismo. É sim, uma visão política de esquerda, porque se antepõe à percepção retrógrada dos servidores do capital e à radicalização da extrema direita, que teima em instalar um ambiente de conflito nacional, em detrimento dos que estão na base da pirâmide social e beneficiando os grandes grupos econômicos. Que se busque o rumo sereno da pacificação, com projetos que objetivem uma melhor distribuição da riqueza produzida pelo país, diminuindo a distância entre ricos e miseráveis.
Quando se fala em “esquerda, volver”, é na decisão de se colocar ao lado dos oprimidos e dos que estão na posição de desamparados de políticas públicas sociais. Essa história de “comunismo” é discurso ultrapassado dos que rejeitam a democracia. A esquerda contemporânea defende o Estado como orientador do desenvolvimento, regulador do mercado e instrumento de redução da desigualdade social. É nesse contexto que vemos com bons olhos essas manifestações da “esquerda, volver” sendo vitoriosas em processos eleitorais nas nações que nos circundam.
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba