Nós vivemos hoje não só no Brasil, mas no mundo uma grande tragédia anunciada, uma grande crise sanitária que mata milhares de pessoas todos os dias. Enfrentamos hoje um vírus que está destruindo famílias inteiras, que está deixando crianças sem os seus pais, que está deixando os netos sem os seus avós, um vírus que deixa a mãe sem o seu filho e que já levou muitos amores da vida de muitas pessoas.
Uma das coisas que mais me intriga e que mais me deixa triste em toda essa situação é a forma como estamos lidando com as mortes diárias. Ontem foram mais de duas mil e duzentas mortes só no Brasil, e é como se a sociedade estivesse acostumada com as perdas.
O número de mortes de ontem superou as maiores tragédias ocorridas no Brasil. O número é superior individualmente, por exemplo, ao total de mortos nas chuvas e deslizamentos na Região Serrana do Rio de Janeiro, em 2011, que foram 917 mortos e 345 desaparecidos, no incêndio na boate Kiss (242 mortos e 680 feridos) e, mais recentemente, no rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (259 mortos e 11 desaparecidos).
Além dessas tragédias, a covid-19 também supera outras tragédias ainda presentes na memória dos brasileiros e que foram recebidas com muita dor e lamentação, como o acidente aéreo da Air France em 2009, com 228 mortos. Ou mesmo o incêndio no Edifício Joelma em 1974, em São Paulo, com 187 mortos e 300 feridos. E também o naufrágio do Bateau Mouche em 1989, com 55 mortos.
Apesar de superar todos esses números de tragédias, o número de mortes no nosso país em apenas um dia não desencadeou o mesmo choque e espanto dos demais desastres. Me deixa triste a forma como os governantes lidam com a situação. Os hospitais estão “colapsando”, os pacientes estão em fila de espera por UTI, aqui na Paraíba por exemplo, são mais de 30 pacientes esperando por um leito no dia de hoje 11/03.
Os gestores não tomam as medidas corretas para frear o vírus, não há coragem para decretar um lockdown e há muita irresponsabilidade para um decreto que não funciona em nem um lugar no Brasil.
As pessoas estão morrendo e não há o que fazer, os profissionais da saúde estão exaustos, os profissionais da imprensa não aguentam mais noticiar tragédias. A sensação é que o vírus está engolindo tudo aos poucos.
Já que os nossos gestores não tomam uma medida correta de prevenção, a sociedade tem que tomar consciência da situação e cada pessoa precisa fazer sua parte. Estamos no pior momento da pandemia, o vírus está mais forte e existem variantes, então, nós precisamos ter responsabilidade e manter o distanciamento social, não se aglomerar e não fazer festas.
A nossa única esperança no momento é a vacina, precisamos de vacina urgente! Temos que pedir e exigir por vacina, nossa luta no momento tem que ser por ela. Esqueçam os movimentos contra ou a favor do Lockdown, façam movimento pedindo vacina, só ela poderá nos salvar. A pandemia não acabou.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba