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Em terra de canguru, vacilão não pula - Por Marcos Thomaz

Meu amigo Serjão disse: “e pensar que em algum tempo já admirei este cara?!?!”

Esta foi a minha mesma sensação ao ver mais uma notícia decepcionante sobre o tenista Djokovic.

Enquanto nos ativermos as superficialidades dos feitos…

Monstro nas quadras, quebrando a hegemonia, talvez, da maior rivalidade da história do esporte (NadalxFederer).

Espirituoso, desmontando a sisudez e robotização do nobre esporte com divertidas caricaturas dos próprios colegas aos quais imitava…

Mas tudo isso ruiu ao perceber que o fenômeno sérvio não passava de mais um negacionista (esta espécime aberrante dos novos tempos).

Primeiro, promovendo, diretamente, torneio que espalhou Covid nos Bálcãs, inclusive o próprio tendo sido contaminado.

Depois participou de eventos, com o agravante de ter mantido contato com dezenas de crianças, mesmo tendo um diagnóstico positivo para a doença…

Antes que o “passador de pano” venha, insensatamente, arvorar as tais liberdades individuais reforço a natureza das situações acima.

Em ambas, uma decisão, escolha pessoal do cidadão pôs em risco, contagiou outros em meio a maior pandemia mundial em um século.

Agora, o mesmo Djokovic lutou exaustivamente para disputar Grand Slam na Austrália sem passaporte vacinal.

Barrado, já deve estar sendo justamente deportado e sobrevoando, com o “rabo entre as pernas”, o Pacífico rumo ao Leste Europeu.

Um exemplo claro da aplicação do passaporte de vacinação por um país de primeiro mundo.

A culpa, mais uma vez deve ser dos governadores, prefeitos e STF brasileiro?!?!

Enquanto isso em uma pequena província ocidental, o Ministro da Saúde continua a questionar a exigência de esquema vacinal para trânsito de pessoas em seu próprio país.

Em passagem por sua terra natal, a Paraíba, o boneco de ventríloquo do presidente Bolsonaro se referiu ao avanço da vacinação em solo brasileiro para desprezar a necessidade do passaporte.

Detalhe que na Austrália 90% dos adultos estão vacinados, portanto acima do índice do Brasil.

Nem por isso as autoridades ou o Supremo do país da Oceania decidiram aliviar para a celebridade. Além de fazer-se cumprir a lei e segurança dos cidadãos, há um caráter educativo na decisão.

Por sinal, apenas para lembrar…

Praticamente, a totalidade dos países da União Européia adotaram a medida restritiva e conscientizadora.

Até os Estados Unidos, eldorado das tais liberdades invioláveis e fixação dos “patriotas” bolsonaristas se rendeu a prática.

Vou além, em diversas modalidades passaportes de vacinação são documentos exigidos em várias partes do mundo há mais de meio século. Febre amarela, por exemplo.

Obviamente, a postura contra o passaporte é apenas mais um braço do famigerado movimento mundial Antivax.

Aqui no Brasil um estertor do projeto de desinformação em massa promovido, pessoal e sistematicamente pelo presidente e repetido em caixa de ressonância pelos seguidores.

Ao desserviço do governo brasileiro, fica o exemplo australiano:

Djokovic não pode mais que ninguém. Aliás, na vida, especialmente, em pandemia, ninguém pode mais que ninguém e as tais “decisões individuais” influenciam e comprometem as medidas coletivas.

Para quem gosta das metáforas baratas do dito cujo: os crocodilos australianos rugem mais alto que o tal jacarezinho bolsonarista!

Fonte: Marcos Thomaz
Créditos: Polêmica Paraíba