Meu amigo Serjão disse: “e pensar que em algum tempo já admirei este cara?!?!”
Esta foi a minha mesma sensação ao ver mais uma notícia decepcionante sobre o tenista Djokovic.
Enquanto nos ativermos as superficialidades dos feitos…
Monstro nas quadras, quebrando a hegemonia, talvez, da maior rivalidade da história do esporte (NadalxFederer).
Espirituoso, desmontando a sisudez e robotização do nobre esporte com divertidas caricaturas dos próprios colegas aos quais imitava…
Mas tudo isso ruiu ao perceber que o fenômeno sérvio não passava de mais um negacionista (esta espécime aberrante dos novos tempos).
Primeiro, promovendo, diretamente, torneio que espalhou Covid nos Bálcãs, inclusive o próprio tendo sido contaminado.
Depois participou de eventos, com o agravante de ter mantido contato com dezenas de crianças, mesmo tendo um diagnóstico positivo para a doença…
Antes que o “passador de pano” venha, insensatamente, arvorar as tais liberdades individuais reforço a natureza das situações acima.
Em ambas, uma decisão, escolha pessoal do cidadão pôs em risco, contagiou outros em meio a maior pandemia mundial em um século.
Agora, o mesmo Djokovic lutou exaustivamente para disputar Grand Slam na Austrália sem passaporte vacinal.
Barrado, já deve estar sendo justamente deportado e sobrevoando, com o “rabo entre as pernas”, o Pacífico rumo ao Leste Europeu.
Um exemplo claro da aplicação do passaporte de vacinação por um país de primeiro mundo.
A culpa, mais uma vez deve ser dos governadores, prefeitos e STF brasileiro?!?!
Enquanto isso em uma pequena província ocidental, o Ministro da Saúde continua a questionar a exigência de esquema vacinal para trânsito de pessoas em seu próprio país.
Em passagem por sua terra natal, a Paraíba, o boneco de ventríloquo do presidente Bolsonaro se referiu ao avanço da vacinação em solo brasileiro para desprezar a necessidade do passaporte.
Detalhe que na Austrália 90% dos adultos estão vacinados, portanto acima do índice do Brasil.
Nem por isso as autoridades ou o Supremo do país da Oceania decidiram aliviar para a celebridade. Além de fazer-se cumprir a lei e segurança dos cidadãos, há um caráter educativo na decisão.
Por sinal, apenas para lembrar…
Praticamente, a totalidade dos países da União Européia adotaram a medida restritiva e conscientizadora.
Até os Estados Unidos, eldorado das tais liberdades invioláveis e fixação dos “patriotas” bolsonaristas se rendeu a prática.
Vou além, em diversas modalidades passaportes de vacinação são documentos exigidos em várias partes do mundo há mais de meio século. Febre amarela, por exemplo.
Obviamente, a postura contra o passaporte é apenas mais um braço do famigerado movimento mundial Antivax.
Aqui no Brasil um estertor do projeto de desinformação em massa promovido, pessoal e sistematicamente pelo presidente e repetido em caixa de ressonância pelos seguidores.
Ao desserviço do governo brasileiro, fica o exemplo australiano:
Djokovic não pode mais que ninguém. Aliás, na vida, especialmente, em pandemia, ninguém pode mais que ninguém e as tais “decisões individuais” influenciam e comprometem as medidas coletivas.
Para quem gosta das metáforas baratas do dito cujo: os crocodilos australianos rugem mais alto que o tal jacarezinho bolsonarista!
Fonte: Marcos Thomaz
Créditos: Polêmica Paraíba