Desde a aproximação de Bruno Cunha Lima, prefeito de Campina Grande, com o seu maior adversário político na cidade, o senador Veneziano Vital do Rêgo, o clima político na Serra da Borborema vem se tornando muito inquietante, sobretudo entre os aliados do deputado federal Romero Rodrigues, que não aceitam essa aproximação desde quando Veneziano passou a apoiar Pedro Cunha Lima para o Governo da Paraíba no segundo turno das eleições de 2022.
Aliás, é fatídico observar que esse vínculo político, inicialmente negado pelo Chefe do Executivo campinense, vem se desenrolando desde o momento em que “pipocaram” notícias de que a gestão de Bruno Cunha Lima em Campina Grande estava muito aquém da deixada por Romero Rodrigues. A partir daí o prefeito campinense passou a tecer algumas críticas indiretas ao seu antecessor (Romero) com relação as obras deixadas inacabadas, e começou a cortejar um pacto político com seu antigo adversário político, Veneziano Vital, um dos mais prestigiados homens públicos da Paraíba em Brasília e que teria todas as condições de ajudar Bruno superar as adversidades administrativas que Campina Grande vinha passando.
Na verdade, o que está ficando bem claro para a população é o fato de que o prefeito Bruno Cunha Lima observou que as demandas do município estavam enormes em relação aos recursos que arrecadava, e notou que as emendas parlamentares do deputado Romero Rodrigues só iriam chegar aos cofres da Prefeitura campinense em 2024, logo, ele precisava urgentemente dar uma resposta à sociedade campinense, em termos de obras importantes, as quais não foram feitas praticamente nenhuma; e para agravar ainda mais, falta menos de um ano e meio para o término de sua gestão, ou seja, corre o risco de que o seu mandato termine e as obras sigam incompletas, como é o caso do Hospital da Criança, do Parque Evaldo Cruz (localizado próximo ao Parque do Povo), e até do Cine Capitólio, local nostálgico da cultura campinense que continua em completo abandono.
Com todas essas ações pendentes, Bruno resolveu se aproximar definitivamente do senador Veneziano, cujo objetivo era angariar recursos para tocar sua gestão, até então, muito criticada pela população.
No entanto, no âmbito político essa união entre Bruno e Vené tem causado grandes estragos no relacionamento entre Bruno e Romero, apesar do gestor campinense ter tergiversado de que não há nada de desconforto entre ambos. Mas, se de fato não há nenhum sesgo nesse relacionamento, por que não houve nenhuma aparição de Romero Rodrigues com Bruno Cunha Lima no Parque do Povo durante o São João? Inclusive foi uma narrativa dita pelo próprio prefeito Bruno, durante o festejo junino, que o encontro iria acontecer, ao contrário de Veneziano Vital, onde até proporcionaram momentos de gargalhadas.
Ao que parece, todas essas movimentações do prefeito campinense junto com Veneziano tem um viés de trucidar politicamente o ex-prefeito campinense, Romero Rodrigues, que sempre tem demonstrado um comportamento, muitas vezes, de subserviência política aos Cunha Lima, o que tem causado irritação ao grupo do próprio Romero que já começa a exigir dele uma posição mais firme diante de tudo que estão fazendo com ele.
E justamente baseado nesse cenário político que Romero Rodrigues começa a dar demonstração de que pode definitivamente migrar para o Republicanos, já que será impossível a permanência de três lideranças importantes em um mesmo grupo partidário. Pelos sinais demonstrados, não resta mais dúvidas de que está na hora do ex-prefeito Romero Rodrigues partir em busca de novos horizontes e mostrar ao grupo que hoje lhe rejeita, que sua simplicidade e competência é maior do que o Poder que impera na Prefeitura de Campina Grande.
Não temos dúvidas que, caso Romero Rodrigues decida deixar o atual grupo político, a política campinense dará uma guinada. Mas, para isso, ele precisa ter coragem e determinação.
Por último, faço das minhas palavras o que disse o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano César Galdino de Araújo, recentemente em Cajazeiras: “O rompimento vai acontecer, há uma convivência difícil com Bruno”. O almoço entre Romero, Murilo Galdino e Hugo Mota, na última quinta-feira (6), não foi à toa; pelo contrário, foi uma reunião de estratégia já para 2024.
Uma coisa não temos dúvidas, se Romero Rodrigues for candidato, mesmo pela oposição, ele será novamente prefeito de Campina Grande, mesmo com toda a máquina pública em favor do atual prefeito Bruno Cunha Lima.
Romero é forte, e seu carisma é incomensurável, o que lhe coloca na vanguarda da política campinense. Coragem Romero! Quem viver, verá!
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba