O governador da Paraíba João Azevedo vem enfrentando diversas adversidades dentro do seu arco de alianças, desde que rompeu politicamente com o ex-governador Ricardo Coutinho. Pela leitura que se faz hoje, fica bastante claro que faltou ao governador um diálogo mais próximo das principais lideranças que o apoiaram na eleição de 2018. Mas não houve efetividade no trato.
Com Ricardo Coutinho, a conversa seria difícil, pois ele queria impor determinadas ações de seus interesses dentro do governo; e João Azevedo não aceitou, como foi o caso das Organizações Sociais (OS).
Já com relação a Veneziano Vital, houve um “pacote” de erros nas estratégias para 2022, basta citar o episódio acontecido em Campina Grande quando a ex-secretária de Estado Ana Cláudia, que já foi candidata a prefeita de Campina Grande, ficou de fora no momento da composição da Mesa para fazer anúncios importantes para a cidade.
Para o senador Veneziano, naquele mesmo dia, ele já dizia que a forma como Ana Cláudia foi tratada em sua terra natal foi afrontosa, daí ela ter se ausentado do recinto, o que fez com que o senador se juntasse com Efraim Filho e Adriano Galdino e antecipasse a pré-candidatura do próprio Efraim Filho ao senado federal.
Assim também foi com a vice-governadora Lígia Feliciano que junto com seu esposo, o deputado Damião Feliciano, também achou por bem se debandar do governo. Mas fica no ar a grande interrogação: Por que isso aconteceu tudo isso? O que faltou? Foi por imaturidade política? Talvez o governador tenha confiado demais em alguns de seus principais assessores que se vestiram de soberba achando que entendem mais de política do que os próprios políticos, que blindam o governador e distanciam-no dos legítimos representantes da população.
Quem já viu fazer política sem ouvir a classe política? Esse talvez tenha sido um dos grandes pecados do governador durante seus três últimos anos, mas só agora é que se vê a retomada de conversas. Está aí um dos motivos pelos quais prefeitos de municípios importantes da Paraíba tentavam audiência com o governador e não conseguiam. Sabemos que muitas das vezes essa situação não é do conhecimento do gestor, mas ele termina pagando pela inoperância de alguns de seus assessores que ao invés de articular e aglutinar, pelo contrário, só procuram distanciar o governante dos legítimos representantes do povo, daqueles que estão no dia-a-dia com seus liderados e a população.
Sabemos que o governador tem uma boa gestão, porém precisa sobretudo de dar uma maior dinamicidade a sua gestão, principalmente, tendo uma maior aproximação com o povo, ainda que tardiamente.
Querem outro exemplo da falta de articulação? O casamento político com o ex-prefeito Romero Rodrigues que estava tudo caminhando para lograr êxito, mas por falta de um diálogo mais efetivo jogaram tudo fora. Romero seria um bom parceiro para o governador em Campina Grande com a saída de Lígia e Vené.
Porém, mesmo com todos esses percalços, o atual governo ainda tem uma boa avaliação no campo administrativo, e apenas precisa incrementar mais apoio político para melhor se consolidar. Neste caso, basta abrir as portas do Palácio da Redenção para quem entende de política: os políticos. E muitos deles estão com suas demandas reprimidas e estão sendo cobrados pelos seus eleitores quase que diariamente. Aí sim, o governo daria um grande passo para consolidação de sua vitória.
Agora… se deixar Pedro Cunha Lima ou Veneziano gostarem de ser candidatos, o governador colocará em risco sua reeleição. Quem for mais estratégico e souber valorizar os anseios da população, vencerá o pleito de 2022. Quem viver, verá!
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Gildo Araújo