A eleição do próximo ano já demonstra que será um pleito totalmente atípica da lógica de outrora, quando as ideologias partidárias davam um norte das possíveis conjecturas políticas, e tinha-se atores considerados de esquerda e os chamados conservadores de direita. Dessa vez, o que se observa é que, por conta do formato partidário criado recentemente pelos nossos congressistas, poderemos ter uma união de ideologias dada a necessidade de sobrevivência política imposta pela própria legislação eleitoral aprovada recentemente.
Ao pensar nessa situação insólita, o governador João Azevedo resolveu adotar uma nova estratégia no sentido de se adequar às inovações e, paulatinamente, vem costurando seu futuro político com um percurso cheio de novas movimentações, tendo em vista que alguns de seus aliados, como o senador Veneziano e o deputado Efraim Morais, vinham traçando caminhos tortuosos e que poderiam prejudicar a sua reeleição.
Depois desse despertar, o governador começou a reagir de forma hábil e inteligente abrindo o seu leque de diálogo, inclusive, para seus antigos adversários políticos. A partir daí, aproximou-se do Progressistas de Aguinaldo Ribeiro, partido pelo qual o Cidadania (partido do governador) já havia feito uma aliança vitoriosa em João Pessoa quando indicou o atual vice-prefeito Léo Bezerra como vice na chapa do prefeito Cícero Lucena (progressistas) nas eleições de 2020.
Com a chegada silenciosa de Aguinaldo Ribeiro, João Azevedo ganhou mais um exímio articulador político com “carta branca” para conquistar o apoio do ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, e vem logrando tanto êxito nessa articulação a ponto de Romero, em entrevista na semana passada, mandar um recado duro para os oposicionistas afirmando não aceitar pressão para decidir, e foi enfático: “Eu não sou de briga, eu sou da paz. Se o grupo político do qual faço parte quiser reclamar, pode reclamar a partir de hoje, a partir de amanhã, em relação ao processo eleitoral. Sempre fui corretíssimo. Onde falhei? Onde errei? Quando fui ingrato? Quando fui injusto?”. E foi mais além, pois seguiu Romero dizendo: “…Eu tenho procurado cumprir minhas obrigações, a ser fiel à cidade que me honrou com dois mandatos de prefeito”, uma linguagem bastante alinhada com o que vem pregando coincidentemente o governador João Azevedo e o deputado e pré-candidato ao senado Aguinaldo Ribeiro. A mensagem é de que a hora é de trabalho, e que as negociações políticas só no próximo ano.
É óbvio que a leitura que se faz de Romero Rodrigues está correta, já que há uma dependência ainda muito grande no que vai acontecer no cenário nacional tendo em vista as movimentações partidárias em nível nacional, que refletirá, sem sobras de dúvidas, em todos os entes da federação.
Frente a todas essas novas movimentações já dá para compreender nitidamente que as conversações entre o governador João Azevedo, Aguinaldo Ribeiro e Romero Rodrigues já estão bastante avançadas e a tendência é que o desfecho só aconteça no próximo ano, já com a composição da chapa firmada. O que imaginamos é que poderemos ter João Azevedo na cabeça de chapa buscando sua reeleição, o ex-prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues como vice-governador, o que dará um pulso forte na vitória de João, inclusive, em Campina Grande, e ainda contemplando a candidatura ao senado de Aguinaldo Ribeiro.
Vem aí uma chapa forte com grandes chances de vencer no primeiro turno. A preço de hoje, mudar essa conjuntura pode ser uma temeridade para o governador, pois a intenção da oposição é ter mais de uma candidatura para provocar um segundo turno e aí tudo pode mudar. Essas eleições prometem. Quem viver, verá.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba