Efraim não vê dificuldades para dialogar com Lula se for eleito senador - por Nonato Guedes

Pré-candidato ao Senado nas eleições de outubro pelo novo partido denominado “União Brasil”, que resultará da fusão do Democratas (DEM) com o PSL (Partido Social Liberal), o deputado federal Efraim Filho afirmou ao colunista que não vê dificuldades para dialogar sobre os problemas nacionais e, principalmente, as questões da Paraíba, com um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva, caso o petista venha a ser sacramentado nas urnas no pleito deste ano. Atualmente, as pesquisas de intenção de votos apontam favoritismo persistente de Lula no confronto com nomes como o presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), entre outros.

Efraim postula ser candidato ao Senado na chapa encabeçada pelo governador João Azevêdo (Cidadania) à reeleição. João cogita apoiar a candidatura de Lula, embora o palanque do petista na Paraíba tenha outros pretendentes, inclusive a vice-governadora Lígia Feliciano, que se lançou pré-candidata ao governo pelo PDT. Efraim enfatiza seu respeito ao posicionamento do governador, enquanto, internamente, espera uma definição do novo partido sobre candidatura presidencial. Salienta que o fato de seu ainda partido, o DEM, fazer oposição a Lula e ao PT, não o impede de ter interlocução com adversários políticos, sobretudo quando estiverem em jogo os interesses públicos. “Sou candidato a senador por vocação e espírito público. Quero ser uma voz legítima a serviço da Paraíba e da solução das suas demandas, cobrando ações do poder público que beneficiem a população”, expressou.

O jovem parlamentar, que diz contar com o apoio de mais de 140 prefeitos municipais e de figuras de expressão no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa da Paraíba, considera-se integrante de uma geração política “diferente” em termos de atuação, cuja característica emblemática é o compromisso com o estilo proativo, de resultados. Este novo conceito ao qual Efraim se perfila tem como tônica o respeito a diferenças políticas-partidárias, combinado com a união mínima em torno de bandeiras que interessam diretamente à sociedade. Desse ponto de vista, admite que o seu papel como coordenador da bancada federal paraibana em Brasília, integrada por 15 parlamentares (12 deputados federais e três senadores) tem sido fundamental para a formulação de novos modos do “fazer-político”. Por outro lado, entende que a adaptação dos políticos às mudanças do processo de relações de poder no país é indispensável para que a representação política continue tendo legitimidade e aceitação. “Sou um moderado, não alinhado com facções extremistas”, resume.

Pessoalmente, o deputado Efraim Filho entende que não há, cristalizada, uma rejeição de segmentos da sociedade à atividade política. O que há, conforme ele, é o questionamento a atitudes de muitos líderes políticos que traem compromissos e palavras empenhadas, desrespeitam princípios, desatendem às expectativas do eleitor e, com isto, perdem a credibilidade para pleitear votos de confiança, seja na permanência em mandatos que exercem ou na conquista de novos mandatos onde possam ser úteis. Frisou que tem se empenhado ao máximo em corresponder à confiança depositada na sua passagem pela vida pública, com mandatos de deputado federal, e que o projeto de candidatura ao Senado não reflete ambições pessoais, mas um desdobramento natural da sua trajetória. Sentimentalmente, ficaria honrado se tivesse a oportunidade de dar continuidade, no Senado, ao trabalho desenvolvido pelo seu pai, Efraim Morais, que se destacou igualmente na Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.