E A CHAPA ? CADÊ A CHAPA ?
só não maiores do que suas veleidades individuais
Por Gilvan Freire
Se Deus escreve certo por linhas tortas, é possível que as oposições da Paraíba achem os rumos certos por caminhos errados. De fato, quando tudo parecia não ter dado nada certo, eis que é possível dar, precisamente por que vinha dando errado. Dizem os espíritas que “o que tem de ser tem força “, certamente também valendo para o sentido contrário. Ou seja : o que não tem de ser tem força para não ser.
Veja-se. Ninguém lidera as oposições no Estado até agora. Não porque não existam líderes com capacidade de liderar, mas porque ninguém une todos, que são vários e grandes, só não maiores do que suas veleidades individuais somadas. O capital eleitoral deles, contudo, no conjunto, é de avantajado porte, a não ser que se dividam para favorecer o outro lado e para que triunfe a burrice dando coices na lógica.
O HOMEM NÃO É RICARDO COUTINHO. É SEU MISTÉRIO.
RC, que não ama ninguém, tem paixão pelo mistério. Nem os seus mais próximos sabem o que ele pensa, quer e vai fazer. Quem decifrar-lhe terá de ser afastado para não gerar intimidades. Ele é a sombra de si mesmo , só um tendo direito de marcar os passos do outro, e mais ninguém. Uma entidade insondável, um oráculo imprevisível, uma coisa meio fantasmagórica.
É por isso que os seguidores de RC, especialmente aqueles dos núcleos doutrinários remunerados ( OD, p. ex. ) , são obrigados a professar heresias exóticas, a fim de
que o fenômeno da idolatria possa manter a seita viva e o mistério como arma de submissão dos dependentes . Nas democracias, porém, não há lugar para figuras messiânicas ou fantasmagóricas, ou oraculares.
O mistério de RC está com os dias contados, faltando cinco dias apenas para ser desvendado. Mas os militantes e aliados terão de esperar que ele obre os milagres para vencer as tempestades que sopram quando os fantasmas precisam resolver as questões do mundo real, de interesse e de sobrevivência dos que silenciam por esperteza ou sabedoria ou simples agachamento, a começar de um candidato competitivo, uma chapa composta e o paredão do TSE. Até mesmo a chapa montada de última hora na eleição passada, está insolvente. Sinais dos tempos.
O HOMEM DE CARNE E OSSO
Zé Maranhão não tem o partido que já teve por inteiro para vitaminar a sua candidatura, mas, mesmo assim, tem a mais forte candidatura do momento, embora só esteja disputando com João Azevedo e o vácuo das oposições. Tem boa fama, prestígio eleitoral pessoal e sabe colocar os eleitores como partícipes de seu projeto político, sem o bafejo das máquinas corruptoras de votos.
Zé não discute a campanha em ambientes fechados, lotados de militantes pagos pelo Erário e sob o tacape de uma juiz decente que não aceita a imoralidade e a criminalidade como regra dos novos costumes políticos. É homem previsível que todos têm o direito de saber quem é, o que pensa e o que pretende fazer. Não pode haver mistério em homens públicos, senão viram enigmas e assombrações. Ainda assim, não se sabe o que será de Zé logo mais.
OS HOMENS E MULHERES DA OPOSIÇÃO
Com o fico de Luciano, acabaram-se as tensões e as disputas internas. Houve uma reengenharia para acertar os ponteiros em torno de um projeto comum. Agora, o que tem de ser terá força, vez que foi exaurida a força do que não tinha de ser.
Cartaxo não perdeu a capacidade de influir no pleito de 2018, e ainda quer fortalecer seus flancos para não perder musculatura. A aparente candidatura de Lucélio a governador, pode ser um balão de ensaio para melhor se colocar no tabuleiro das oposições com maior cacife. E certamente terá peso na formação da chapa, neste momento sendo configurada com esmero e sabedoria política.
O homem das oposições é Pedro. A mulher é Maísa, se Lucélio não for um dos senadores da chapa. Cabem ainda Manoel Jr e Romero Rodrigues, sem perder de vista, em certo instante, um voo rasante de Maranhão como figurante e observador privilegiado do novo cenário em formação . Mas caberá também a Pedro, muito jovem ainda , incursionar pela arte da conciliação, pacíficando o maranhismo e o cassismo, detentores do maior contingente eleitoral do estado, para garantir a transição de poder aos líderes das novas gerações.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: gilvan freire