Opinião

Dos trilhos da maxabomba à avenida Epitácio Pessoa - Por Sérgio Botelho

A primeira ligação mais rápida para Tambaú, que aconteceu em 1908, foi por meio de um tipo de locomotiva bem rudimentar, movida a óleo, conhecida como maxabomba, que partia da estação de Cruz do Peixe, em Tambiá, aonde já chegavam os bondes de tração animal que atendiam a cidade. A maxabomba era utilizada desde a segunda metade do século XIX (mais precisamente, a partir de 1867), como meio de transporte que revolucionou a vida da gente, e a economia do Recife. Aliás, segundo a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a locomotiva recifense se constituiu no primeiro sistema de transporte urbano sobre trilhos do país.

Foto: Internet

A primeira ligação mais rápida para Tambaú, que aconteceu em 1908, foi por meio de um tipo de locomotiva bem rudimentar, movida a óleo, conhecida como maxabomba, que partia da estação de Cruz do Peixe, em Tambiá, aonde já chegavam os bondes de tração animal que atendiam a cidade. A maxabomba era utilizada desde a segunda metade do século XIX (mais precisamente, a partir de 1867), como meio de transporte que revolucionou a vida da gente, e a economia do Recife. Aliás, segundo a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a locomotiva recifense se constituiu no primeiro sistema de transporte urbano sobre trilhos do país.

No nosso caso, a implantação dos trilhos que permitiam o deslocamento da máquina atingiu a orla pessoense por etapas. Primeiro, foram assentados até a Imbiribeira (atual bairro de Tambauzinho), à altura do Grupamento de Engenharia. Depois, possibilitando a conclusão da viagem, na parte derradeira da Rui Carneiro de hoje, justamente onde havia uma colônia de pescadores e, nas proximidades, fazendas e sítios. Quando a locomotiva chegou a Tambaú a cidade contava com uma linha de trem que, a partir do Varadouro, atingiam Nova Cruz e Natal, no Rio Grande do Norte, passando por cidades paraibanas como Alagoa Grande, Entroncamento (em Sapé), Guarabira e Mulungú.

No entanto, o serviço de bonde ainda vivia no tempo da tração animal. E automóvel, nem em Recife tinha. Nesse contexto, entre a maxabomba chegando a Tambaú e a construção da Epitácio Pessoa, o tempo andou um tanto devagar na capital paraibana. Existia ainda um grande problema e ele atendia pelo nome de rio Jaguaribe a ser vencido pelos construtores da avenida. Sem falar na Lagoa dos Irerês, ainda firme e inconveniente, lá no Centro da cidade atrapalhando os movimentos para o Leste.

Por tudo isso, a missão da avenida Epitácio Pessoa entre concepção e conclusão atravessou os governos de Camilo de Holanda (1916-1920), Sólon de Lucena (1920-1924), João Suassuna (1924-1928), João Pessoa (1928-1930), dos brevíssimos de Álvaro Pereira de Carvalho e José Américo (entre julho e outubro de 1930), de Antenor Navarro (1930-1932), avançando muito na gestão do interventor federal Gratuliano de Brito (1932-1934) para enfim ser dada como concluída na de outro interventor da era varguista, Argemiro de Figueiredo.

Um pouco mais na frente, na escala temporal, foi José Américo, eleito em 1950, o responsável pela pavimentação da avenida até a praia. No meio do enredo todo, ao longo da avenida, destaque para o surgimento e a consolidação de inúmeros e hoje famosos bairros, até então inexistentes. Mas aí são outros quinhentos!

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba