A desesperada luta pela sobrevida no poder faz com que seja alimentada a fantasia golpista. Ao perceber diminuídas as chances de sair vitorioso nas eleições de outubro, o presidente decide ir para o “tudo ou nada”. Parte, então, para atacar a normalidade institucional, buscando esticar a corda na esperança de promover uma ruptura das regras atuais por meio de um golpe. Delira na ilusão de que poderá ser efetivada a aventura ditatorial desejada.
A conjuntura econômica e a crise social não favorecem o que está planejando. Até porque os tempos são outros, não havendo clima para quarteladas. Restrito ao apoio da bolha ideológica que o segue fanaticamente, não encontra apoio majoritário para consecução dos seus objetivos antidemocráticos. A população está sentindo no bolso os efeitos da desastrada política econômica implantada por seu governo e tende a reagir contra a continuidade dessa situação.
A profundidade da crise que estamos atravessando, sem a apresentação de alternativas de superação, colabora em seu desfavor. O drama da fome e da miséria o empurra para o lamaçal da impopularidade. O desemprego batendo recordes sucessivos aumenta o número de desalentados no país. Só lhe resta, pois, insistir na via golpista, mesmo que saiba ser algo muito difícil de ser posto em prática.
Num “beco sem saída” arma o discurso da confusão, criando fatos que possam fazer com que se apresente como vítima de perseguição do poder judiciário. Com isso, alimenta, entre os seus aficionados, o sentimento de que o processo eleitoral pode ser fraudado contra ele. Contudo, não consegue apresentar uma única evidência de que isso realmente possa acontecer. Põe em dúvida a credibilidade das urnas eletrônicas, esquecendo que sempre conseguiu se eleger através delas.
Trabalha com o objetivo de tornar pesada a atmosfera política, em razão das tensões provocadas contra o STF. Movimentações antirepublicanas são ostensivamente executadas. Por conseqüência se estabelece uma ansiedade generalizada. É a aposta no caos. No delírio da irrealidade, perde-se a noção da racionalidade, da lógica e da lucidez e o desatino se expõe. Esses devaneios insanos não têm força para se concretizarem. Ainda bem. DITADURA NUNCA MAIS.
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba