Opinião

'DELÍRIOS DE CARNAVAL': havia um vírus no meio do caminho - Por Marcos Thomaz

Eu me preparei para “quando o carnaval chegar”…

Havia um vírus no meio do caminho…

O Corona não se preocupa, sei lá, talvez nem seja carnaval no calendário chinês, essa coisa de Ano do Boi etc e coisa e tal. Prefiro o Boi Bumbá e dou um coice pra lá…

Reajo à pandemia… como um “micróbio do frevo”.

Caê me lembra que “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”.

Em meu sonho utópico socialista corto as cordas e misturo abadás multicoloridos à festa popular da pipoca.

“A cor da cidade” reluz mais bela, una.

Como em um enredo de Joãozinho Trinta me ofertam a “Ala dos desvalidos”.

Recuso, prefiro a alegria e luminosidade das “baianas”.

Podia coreografar tal qual o mestre sala e porta bandeira, mas me acosto ao “Bloco do Eu Sozinho”, isolado, sigo o protocolo!

Troco confete e serpentina por Álcool em gel e Máscara.

A Avenida segue vazia, fantamasgórica.

Aquele silêncio ensurdecedor.

Até o tamborim foi emudecido, quiçá o surdo.

Nem o choro lamentosamente melódico de Benito se escuta.

As Muriçocas abandonaram o “zum zum zum”.

Não há beleza na ausência.

Mas me gritam que “não há motivo pra festa”!

Assim, me reinvento na folia!

“E tome ladeira”… abaixo e acima como em uma roda gigante.

Um bloco de rua alucinado em desordem.

“Meu coração é vermelho”… e preto!

E o pulso ainda pulsa, vibra, reverbera, como os sons emitidos por um alto falante primitivo de Dodô e Osmar.

Afinal, “TODO CARNAVAL TEM SEU FIM!”

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba