Análise: Convenção do PMDB de João Pessoa terá desdobramentos em Campina Grande
Por Josival Pereira do Portal Tambaú247
A convenção do PMDB de João Pessoa não ficará por isso mesmo. Terá desdobramentos dentro e foram do partido. Aliás, já produziu vários movimentos antes mesmo de sua realização.
A opção pela manutenção do deputado Manoel Júnior na presidência do partido oferece sinalização clara: a tendência é a de lançamento de candidato próprio a prefeito de João Pessoa.
Outra sinalização é a de que, independente da disposição de Júnior em ser candidato, não é hora de estabelecer negociações para a disputa das eleições do próximo ano.
Era basicamente o ocorreria se a opção tivesse sido pelo deputado Gervásio Filho para a presidência. O parlamentar já tem um negócio fechado com o PSB do governador Ricardo Coutinho: já foi eleito presidente da Assembleia para o biênio 2017/2018. Lógico que, na presidência do PMDB, só trabalharia para fortalecer este acordo.
Uma declaração do governador Ricardo Coutinho, nesta segunda-feira, sobre a aliança com o PMDB, indica que seu desejo não era ver Manoel Júnior na presidência do partido. Ao afirmar que é preciso saber se o PMDB deseja aliança nas principais cidades, incluindo João Pessoa, o governador manda recados mais abrangentes.
Concretamente, o que Ricardo quis dizer é que, se o PMDB quiser seu apoio em Campina Grande e outras cidades, terá que oferecer a recíproca em João Pessoa.
Um desdobramento, fora do PMDB, que já se vislumbra, parece ser a aproximação do grupo Ribeiro (Enivaldo, Aguinaldo e Daniela), com o esquema do governador. É a alternativa do PSB em Campina Grande caso Veneziano não consiga o apoio do PMDB em João Pessoa para o candidato do governador, além da natural função de pressão.
Dentro do PMDB, o principal desdobramento deve ser o aprofundamento do racha. Ou a desfiliação de Gervasinho, Trócoli Júnior e Veneziano Vital do Rego, que poderão ter que engolir a convenção por causa do risco de perda dos mandatos por infidelidade.
Se o governador manda recados, o PMDB também manda. Não valem as negociações com um grupo do partido, sobretudo sem o aval do senador José Maranhão. Ou seja, Gervasinho Filho é uma coisa, o PMDB é outra. A assertiva também vale para Veneziano. Mais: uma coisa é aliança para governador e apoio ao governo na Assembleia, outra bem diferente são os acordos para a disputa das eleições de 2016. Experiente, a cúpula do PMDB não cai fácil em jogo de João-sem-braço.
por Josival Pereira