Como já é do conhecimento de todos nós que vivenciamos a política cotidianamente, as eleições de 2026 já estão em pleno vigor e para isso os principais atores já começaram a mexer com o xadrez, formatando suas estratégias na tentativa de lograr êxito em suas investidas, a qual não será fácil para nenhum dos lados, tendo em vista o dinamismo evolutivo e as transformações que a política vem tomando nos últimos anos.
No caso específico da Paraíba, observa-se que, por enquanto, o grupo governista tem uma predominância incontestável, já que conta com o apoio de grande parte das principais lideranças do Estado. Porém, há de compreender que as oposições, mesmo em uma ligeira desvantagem, continuam firmes em seu propósito: lutar para ter de volta a hegemonia política da Paraíba e, para isso, dois grandes influentes políticos começam a se destacar na busca de ocupar a cabeça de chapa na disputa para governador do Estado.
Um dos possíveis candidatos é o senador Efraim Filho (UB), que vem usando as mesmas estratégias da eleição anterior, visitando diversos municípios e, em alguns deles, levando consigo benefícios oriundos de suas emendas parlamentares. Com esses gestos, tenta “asfixiar” qualquer um que queira se insurgir contra sua postulação ao governo em 2026.
Até então, parecia que nas oposições da Paraíba estava tudo indo às mil maravilhas, mas eis que surge novamente o “rebelde”, Pedro de Oliveira Cunha Lima (PSDB). Como diz o escritor Oscar Wilde: “A rebeldia, aos olhares de qualquer pessoa que tenha estudado um pouco da história, é a virtude original do ser humano”. E é dentro desse contexto que observamos o ressurgimento de Pedro “quando de repente e não mais que de repente”, ele ousa a fazer o bom “confronto” com o seu aliado e em várias entrevistas diz que seu desejo é o de disputar uma vaga para o Executivo, ou seja, quer ser candidato a governador novamente, deixando um recado claro a Efraim de que ele, Pedro, está mais do que vivo politicamente.
Aliás, é importante saber que Pedro Cunha Lima obteve na última eleição mais de 1 milhão de votos e por pouco não derrotou o atual governador João Azevedo (PSB). Enquanto esteve na Câmara Federal, representou com dignidade a Paraíba com suas posições sempre em favor da população. Há quem diga que Pedro seja o mais “esquerdista” dentro do Centro direita do estado, e isso pode lhe trazer bons dividendos caso seja candidato e alcance sua chegada no segundo turno das eleições, pois poderá contar com votos de uma grande parcela da esquerda.
Pensando bem, Pedro é meio “lulista”, vamos dizer assim. Ele lembra um pouco do que disse o grande filósofo Ortega y Gasset: “Eu sou eu e minha circunstância, e se não há salvo a ela, não me salvo a mim”, ou seja, não basta salvar a si mesmo; é preciso salvar também o mundo ao seu redor. Talvez essa volta surpreendente de Pedro ao cenário político do estado tenha sido para dar “um freio de arrumação” na pré-candidatura de Efraim Filho que vinha soberanamente se sobrepondo aos demais possíveis candidatos a ponto de até começar a dialogar com os adversários políticos ligados ao governo estadual.
O fato é que, a partir de agora, as oposições já contam com dois possíveis candidatos ao governo da Paraíba, embora Efraim esteja já um pouco na dianteira, e que Pedro precise urgentemente sair desse enclausuramento político que hoje vive. É preciso visitar os municípios paraibanos se quiser obter suas conquistas.
A verdade é que toda essa ânsia das oposições talvez seja pelo fato de que o provável candidato da situação seja Lucas Ribeiro, o qual, pelo jeito, as oposições achem que é um candidato “fraco” do ponto de vista de conhecimento público, e aí começar a vislumbrar uma vitória no próximo ano. Se for Lucas, acreditam que terão toda chance.
Por fim, vemos que não existe eleição ganha de forma antecipada, mas sendo Pedro Cunha Lima ou Efraim Filho contra Lucas Ribeiro a disputa será bastante acirrada. O bom disso tudo é que poderemos ter um jovem como futuro governador da Paraíba. Quem viver, verá!
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba