Opinião

CONDUTA NAS ADVERSIDADES: governar é um ato de coragem - por Rui Leitão

A governança é um ato acima de tudo de responsabilidade. Principalmente quando do enfrentamento de crises. O exercício do poder não pode ser compreendido e visto apenas através de suas benesses.

A governança é um ato acima de tudo de responsabilidade. Principalmente quando do enfrentamento de crises. O exercício do poder não pode ser compreendido e visto apenas através de suas benesses. Governar é ter a coragem de enfrentar desafios, tomando decisões que garantam prioritariamente a sobrevivência social dos governados. Ter a capacidade de conceber os problemas que afligem a população e encontrar formas de soluciona-los. Governar pensando no bem coletivo, não se deixando ser influenciado por interesses pessoais ou dos que formam o seu eleitorado.

Claro que se torna importante estabelecer diálogo com a sociedade civil, democratizando assim suas decisões de governo. Um governante consciente de suas responsabilidades não briga com os fatos. Encara-os definindo prioridades, buscando administrar os conflitos com determinação. A realidade as vezes exige a tarefa árdua de adotar medidas consideradas impopulares, mas com o conhecimento firme de que é o caminho certo a seguir numa situação de emergência. Coragem é energia moral. Sem ela ninguém que receba a missão de governar pode alcançar resultados positivos.

O líder que tem medo de decidir, deixa sua gente sem rumo, como se estivesse num navio correndo o risco de naufrágio, porque seu comandante não está sendo capaz de enfrentar as tormentas. Além disso é essencial que seja exemplo de conduta no confronto com as adversidades, demonstrando os cuidados que se fazem necessários para vencer os obstáculos, posicionando-se com prudência e cautela, mas não se mostrando intimidado ou acovardado diante das dificuldades. Ele não pode ser omisso, nem negligente. Tem que ser aquele em quem o povo consiga ver firmeza na sua governança.

O mundo está, desde o ano passado, sendo atacado por um inimigo invisível, o coronavírus. No Brasil a pandemia tem se evidenciado uma alarmante ameaça. E alguns governantes não se deram conta de sua gravidade e continuam numa postura negacionista, ignorando os seus efeitos maléficos. Enquanto os gestores públicos responsáveis lutam incansavelmente para minimizar a crise sanitária, tanto na implementação de medidas que diminuam a contaminação da doença, quanto na tentativa de conscientizar a sociedade para um comportamento de cautela para não ser alcançada com maior ênfase pela tragédia, outros caminham em sentido contrário, oferecendo mau exemplo e desdenhando do drama que todos nós estamos vivendo.

Podemos dizer que, no nosso caso, na Paraíba, os administradores públicos têm se conduzido com a consciência do dever que lhes cabe nessa crise. Não obstante as dificuldades enfrentadas, o governador João Azevedo no comando do estado, quanto o ex-prefeito Luciano Cartaxo, e o atual administrador de nossa capital, Cícero Lucena, têm se revelado gestores públicos que não se intimidam diante da tribulação. É justo, todavia, reconhecer que muitos prefeitos paraibanos têm igualmente agido assim, não se deixando serem sugestionados por posturas inapropriadas de outros governantes, porém preocupados em tomar atitudes certas, embora sabendo que não vão agradar a todos.

Esta é a hora em que devemos também fazer a nossa parte. Não adianta tecer críticas se estivermos potencializando as dificuldades que lhes são postas a enfrentar. As recomendações incessantemente feitas pelas autoridades sanitárias devem ser rigorosamente observadas. Do contrário, toda e qualquer ação de governo se tornará ineficaz. Sejamos solidários com os que estão se dedicando a combater essa tragédia. Não nos tornemos cúmplices dos que negando as evidências, contribuem para que a pandemia permaneça entre nós, contabilizando infectados e mortos.

Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão