OPINIÃO

Como nossos pais - Por Abelardo Jurema Filho

Criar filhos é uma das mais nobres e di- fíceis missões que Deus nos confiou, uma responsabilidade que não cessa e que nos acompanha até o final dos nossos dias. Não importa que eles tenham crescido, se tornado homens e constituído as suas próprias famílias. Eles estarão sempre sob os nossos olhos, merecendo os nossos cuidados, a nossa preocupação e, sobretudo, a nossa proteção.

No meu caso, que tenho três, João Luiz, Abelardo e João Paulo, frutos do meu casa- mento com Maria Lúcia, sempre acreditei nos exemplos, mais do que nas palavras, para oferecer a eles uma educação capaz de lhes transmitir os melhores ensinamentos de in- tegridade, honradez e coragem, com valores éticos e morais indispensáveis à formação e ao caráter de um homem. Espelhei-me nos meus pais, nos exemplos que me deixaram e que sempre foram
as minhas principais fontes de inspiração e aprendizado para que eu construísse a minha vida calcada em sólidos princípios cristãos, de generosidade, de amor ao próximo, de valorização da família, de respeito aos
mais velhos, da compaixão e da comiseração para com os necessitados e da humildade perante a vida ou posição social.

Procurei ensinar-lhes a não tirar os pés do chão. A não se deixarem levar pelas más influências. A não julgar pelas aparências. A dividirem o pão. A não deixarem comida no prato enquanto existem pessoas que morrem de fome. A se manterem fiéis a Deus e aos ensinamentos do Evangelho. Uma longa batalha até que eles se tornassem adultos dig-
nos e donos do seu próprio nariz. Hoje, quando eles já me deram netos e fizeram as suas escolhas, constato que, se não fui o modelo de um pai perfeito, por força da dedicação e da paixão como me entrego às muitas atividades profissionais que sempre exerci, constato que tenho ao meu redor três homens de bem, criteriosos e responsá-
veis, que muito me orgulham.

No mundo onde os valores da família se deterioram a cada dia, quando o dinheiro e a ganância corroem consciências, quando corrupção e a iniquidade ameaçam a sociedade brasileira, chego à conclusão de que,
ao contrário da música do Belchior, a felicidade é perceber “que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”.

É a mensagem que deixamos quando nos aproximamos de um novo ano, sempre com fé e esperança, rogando a Deus que reavive os nossos sentimentos de amor e solidariedade; que nos indique os caminhos do entendimento, da conciliação e reconciliação; do respeito aos mais velhos; do diálogo com os mais jovens; do convívio ameno e cons trutivo com os que divergem das nossas ideias e conceitos.

E que o Evangelho de Jesus inspire na humanidade o sentimento da paz e fraternidade, capaz de encerrar as guerras e os conflitos; de parar as bombas e proteger, sobretudo, as crianças que pagam com suas vidas inocentes a insensatez e a crueldade daqueles que tem obrigação de protegê-las e compara- las.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba