Opinião

Cássio está no deserto político: Perdeu o governo, perdeu a Assembléia e pode perder Romero. Ele precisa juntar os cacos - Por Laerte Cerqueira

O senador lidera uma oposição, no estado, sem força, ainda inerte e sem saber para onde ir. Quando está em Brasília, não tem um nome que assuma o seu lugar com força, propriedade e credibilidade. As duas grandes lideranças tucanas, na capital, Ruy Carneiro e Cícero Lucena, estão sem mandato. E sabemos como isso pesa na vida política. O ex-presidente da AL, deputado Ricardo Marcelo, do PEN, que pode insurgir bem para ajudar, está fragilizado com a derrota. Sua jovem bancada estadual, ainda em formação, vai precisar de orientação constante do “mestre’ que, como já foi dito, não terá tanto tempo assim.

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Deserto 0 Por Laerte Cerqueira

(Jornal da Paraíba) – Ao ser alçado líder do PSDB no Senado esta semana, o paraibano Cássio Cunha Lima ganhou espaços privilegiados na mídia nacional. Ainda tímidos para o potencial de quem tem uma larga experiência política, domínio da oratória, da argumentação. O momento é fértil para assumir o papel que agora é dele e a projeção, a influência e o poder, que a função lhe impõe, vão trazer inevitavelmente bons frutos. O governo está sendo massacrado e a sua verve crítica e irônica será o ingrediente necessário para rebater argumentos governistas.
O fato é que as boas perspectivas em Brasília não refletem diretamente no cenário político estadual. O senador precisa garantir sua ascensão nacionalmente e espaços como algoz do governo federal e porta-voz de uma oposição insatisfeita vão, inevitavelmente, deixar a briga provinciana de “stand-by”. Está aí o problema. Cássio, aqui na Paraíba, caminha por seu deserto político, como diz um amigo. Forte, firme, mas sozinho. Como uma metáfora da vida, vive um momento abrasador, duro, de escassez e provações. Perdeu a eleição ano passado e o título de maior liderança política do estado; perdeu a disputa na Assembleia; e seu partido pode ficar sem a prefeitura da maior cidade do interior. Isso se o prefeito Romero Rodrigues, de Campina, conseguir ir adiante com o projeto de mudar de legenda.
Para evitar o prolongamento dessa caminhada seca, o senador vai ter que se desdobrar. Cumprir bem o seu papel em Brasília, mas encontrar um caminho, uma ajuda, uma fórmula para fertilizar esse terreno da política estadual que parece árido. O senador lidera uma oposição, no estado, sem força, ainda inerte e sem saber para onde ir. Quando está em Brasília, não tem um nome que assuma o seu lugar com força, propriedade e credibilidade.
As duas grandes lideranças tucanas, na capital, Ruy Carneiro e Cícero Lucena, estão sem mandato. E sabemos como isso pesa na vida política. O ex-presidente da AL, deputado Ricardo Marcelo, do PEN, que pode insurgir bem para ajudar, está fragilizado com a derrota. Sua jovem bancada estadual, ainda em formação, vai precisar de orientação constante do “mestre’ que, como já foi dito, não terá tanto tempo assim.
Romero Rodrigues (PSDB) não tem esse perfil de liderança. Pelo menos não revelou. Zenóbio Toscano está focado na disputa provinciana em Guarabira. O deputado estadual Manuel Ludgério (PSD), com sua polidez, não provoca estragos. Bem como a deputada Daniella Ribeiro (PP). O deputado Renato Gadelha, do PSC, pode ser um curinga e surpreender com seu conhecimento, experiência e tradição. Mas não é suficiente. Cássio precisa juntar os cacos, ou as peças, como queiram, para sair desse deserto político. E não pode ser depois. O trabalho tem que começar agora. É estratégico. O percurso é longo e o adversário vive sua melhor fase, de girassóis, flertes e possibilidades de escolha.

 

De sempre
O deputado Trócolli Jr. (PMDB) já dá sinais de que vai descambar no colo girassol. Seu compromisso era com Ricardo Marcelo. O ex-presidente da AL caiu e agora o peemedebista vai se abrigar. A justificativa é a de sempre: “seguindo o partido”.

Movimento
Um movimento forte está acontecendo na base aliada do prefeito de JP Luciano Cartaxo. Não é por acaso que o vereador Lucas de Brito (DEM) propaga que a oposição sairá de dois para mais de 10 parlamentares nos próximos meses.
Membro efetivo

O magistrado Ricardo da Costa Freitas toma posse como membro efetivo do Tribunal Regional Eleitoral da PB, na categoria de Juiz de Direito, na próxima quinta-feira. Ricardo Freitas vai substituir o também juiz Eduardo José de Carvalho, que saiu do TRE para assumir o cargo de Juiz Auxiliar do TJ. Nas eleições do ano passado, Ricardo Freitas exerceu o cargo de Juiz da Propaganda Eleitoral na capital. O trabalho foi reconhecido e elogiado por quem precisou do magistrado para falar sobre o assunto.
Inauguração
O governador Ricardo Coutinho (PSB) inaugura amanhã, em Mamanguape, a Escola Técnica da cidade. O investimento foi de R$ 9,3 milhões.

Ano letivo
O ato abre oficialmente o ano letivo 2015 do estado e vai ter a presença do ministro da Educação, Cid Gomes, e do secretário de Educação, Aléssio Trindade.

Outras
A unidade é a segunda inaugurada. A primeira foi a da cidade de Bayeux. O estado pretende entregar seis escolas de cursos técnico-profissionalizantes.

Disputa
O vereador de JP, Raoni Mendes, pode deixar o PDT. Quer mais espaço. Há quem diga que o movimento é um ajuste necessário para alçar outros voos em 2016.

Simbólico
Foi “simpático” e “simbólico” o contato que o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) com o prefeito da capital, Luciano Cartaxo (PT), para saber quais são as principais demandas. Arestas partidárias nacionais foram deixadas de lado.

Tema
Cartaxo relatou que a prioridade é o projeto de preservação da Barreira do Cabo Branco. Tema da reunião da bancada federal e do encontro do grupo com o ministro Vinícius Lages. Ele prometeu recurso. A prefeitura afirma que já tem projeto.