Terceira cidade mais antiga do Brasil, João Pessoa ainda guarda, apesar de reformas urbanas passadas, muitas das construções que lhe determinaram a fisionomia atual. Um desses prédios, nem tão vetusto assim caso seja comparado a edificações religiosas ali por perto, é o que a gente conhece por Casarão dos Azulejos.
Trata-se de uma edificação com estilo bem singular e de iniciativa privada, no sentido de que foi contratado pelo comendador Antônio dos Santos Coelho. O endereço serviu de residência a ele e a sua família no Século XIX. Santos Coelho também era proprietário de largos quilômetros de terra entre a Praia da Penha e o espaço geográfico onde hoje está o bairro de Mangabeira. Inclusive dá nome a um educandário da Penha, a Escola Municipal Antônio dos Santos Coelho.
Também teve seu nome figurando, por um certo tempo, como o da atual Praça Dom Adauto (ou Praça do Bispo, como alguns antigos costumam chamar). O velho casarão fica justamente em frente à referida praça, na esquina com a rua Conselheiro Henriques. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba-IPHAEP, foi utilizado, após o período como residência, para várias finalidades, de caráter público, sofrendo modificações internas. Contudo, o exterior é o mesmo e revela a singular distinção original, dizem especialistas. A parte externa, nas paredes laterais e da frente, é composta de azulejaria portuguesa em tons azuis que, nos dias de hoje, apresenta naturais falhas impostas pelo tempo.
Conta a história que os azulejos foram diretamente trazidos da cidade do Porto, em Portugal, para o Brasil. (A azulejaria surgiu entre os mouros e chegou à Península Ibérica durante os séculos em que eles dominaram Espanha e Portugal). Entre 1995 e 1999, e em 2017, o Casarão passou por reformas. Na atualidade, abriga um dos polos do Programa de Inclusão Através da Música e das Artes (Prima), gerido pelo Governo da Paraíba.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba