O cancelamento da entrevista coletiva do ex-presidente Jair Bolsonaro em João Pessoa, sob a justificativa de uma “agenda extensa”, apenas reflete o seu padrão desrespeitoso com a imprensa. Esta não é a primeira vez que Bolsonaro evita a mídia, mostrando sua falta de compromisso com a conosco.
Ao longo de seu governo, o ex-presidente demonstrou uma relação conturbada com a imprensa, atacando frequentemente jornalistas e veículos de comunicação que criticavam seu governo. Durante a gestão de Bolsonaro, houve um retrocesso na democratização da mídia. Os quatro anos de governo distanciaram o país de políticas para a comunicação pública, além de negligenciar a comunicação no geral.
Em 2020, quando Jair era presidente, um relatório da Federação Nacional dos Jornalistas revelou que, em média, houve uma agressão por dia do ex-presidente a jornalistas. Esses ataques desgastaram ainda mais a já abalada imagem do Brasil no exterior, indicando que o Brasil era governado por uma pessoa que desconhecia, desconhece e desrespeita o papel da imprensa que não é subserviente ao governo.
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Ainda tem mais: para mostrar como era tóxica sua relação com a imprensa, no Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, Bolsonaro chegou a sugerir o fechamento da mídia brasileira durante o evento “Brasil pela Vida e Família”, no Palácio do Planalto. Em contrapartida, outros políticos condenaram esses ataques e expressaram apoio aos profissionais da área.
O ex-presidente foi condenado a pagar R$ 100 mil por danos morais coletivos contra jornalistas. Esta foi uma decisão histórica, sendo a primeira vez que um governante em exercício foi condenado por discursos contra a imprensa.
Sendo redundante, volto a dizer que o cancelamento da coletiva em João Pessoa é apenas mais um exemplo do desrespeito de Bolsonaro conosco.
