Opinião

Botafogo vai da glória ao desmanche na velocidade do cometa - Por Marcos Thomaz

O Botafogo fez barba, cabelo e quase bigode no ano passado! De amaldiçoado (“tem coisas que só acontecem com o Botafogo”), a glória eterna da primeira conquista da Libertadores

Foto: ANDRé MOREIRA/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Foto: ANDRé MOREIRA/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Botafogo fez barba, cabelo e quase bigode no ano passado!

De amaldiçoado (“tem coisas que só acontecem com o Botafogo”), a glória eterna da primeira conquista da Libertadores, em casadinha com o título brasileiro após 29 anos de hiato!

Quase uma tríplice coroa!

-Epa, tríplice coroa sim, teve a Taça Rio contra o brioso Boa Vista, corrige o solitário estelar…

É, foi TEMPO DE BOTAFOGO!

Digo foi, no passado, porque botafoguense parece não ter euforia duradoura.

Time virou SAF exemplar no Brasil, gestão modelo, setores profissionalizados, trabalho de inteligência a todo vapor garimpando atletas desconhecidos, talentosos e a baixos custos…

De repente, não mais que de repente, quando o Glorioso atinge, finalmente, a Glória (trocadilho irrecusável), a Estrela Solitária começa a piscar em sinal de alerta!

O ÚLTIMO A SAIR APAGUE A LUZ??

Uma debandada típica de time em decadência, nada compatível com as recentes maiores conquista da história, com o Mundial de Clubes que se avizinha, com o frenesi, conquista de uma hegemonia nacional e retorno de holofotes nacionais só alcançado na era de Garrincha, Nílton Santos e outras lendas…

Mas, “tem coisas que parecem só acontecerem com o Botafogo”!

Quase 15 jogadores do elenco consagrado partiram, ou estão de saída.

Dentre eles, Luiz Henrique e Almada, as duas maiores contratações da história do futebol brasileiro.

O primeiro, craque do Campeonato Brasileiro passado.

Com tamanho destaque seria natural estar na mira de gigantes europeus?!?!

Seria esta a expectativa, mas, por determinação própria, o principal astro da Glória alvinegra está indo para o Zenit da Rússia.

Preferiu o frio siberiano, o gelo do escondido futebol russo, a continuar a continuar a comandar em General Severiano.

De lá também vem o potencial substituto de Luiz Henrique: Artur, ex-Palmeiras e Bragantino.

Pouco, muito pouco.

Ao desertor brasileiro e ao argentino somam-se debandadas como dos, antes imprescindíveis,  Júnior Santos e Tiquinho Soares, da fortaleza defensiva Adryelson etc.

Além da espinha dorsal, o esqueleto alvinegro também segue em desmanche.

O conjunto, a capacidade de ter peças de reposição múltiplas, mantendo o ritmo e intensidade era o diferencial botafoguense!

Nem os reservas resistiram ao efeito repelente.

O ídolo de décadas, Gatito Fernandéz, o experiente Tchê Tchê, o talentoso Oscar Romero, os reservas operários Marçal, Lucas Halter, Hugo!

Todos “mijados pelo Manequinho”.

Até o incontestável técnico Artur Jorge pegou na calda do cometa, digo da estrela, e se mandou para As Arábias, atraído pelos petrodólares.

Sem técnico, esfacelado, qual será o Botafogo de 2025?

A continuidade do ano passado, maior campeão da história, ou o histórico tropeçante, desacreditado, em jejum??

Que TEMPO DE BOTAFOGO reserva o futuro?

Fonte: Marco Thomaz
Créditos: Polêmica Paraíba