Parece estranho que eventos alheios à campanha eleitoral voltem a se repetir quatro anos depois. Em 2014, foi o acidente com o avião de Eduardo Campos, que provocou imensa comoção no eleitorado. Dessa vez, em circunstâncias distintas, um atentado à faca contra Jair Bolsonaro, que está em estado grave.
Não se trata de uma simulação, como aconteceu com a bolinha de papel de José Serra, em 2016, como muitos lembraram. Segundo noticiou a imprensa, Bolsonaro perdeu muito sangue e chegou a correr risco de vida.
De minha parte, condeno veementemente esse tipo ação, por mais que Bolsonaro a tenha incitado – é irônico que ele próprio tenha sido vítima de uma arma, mesmo que seja branca, após anos em defesa do armamento da população. Não é da nossa tradição política esse tipo de atentado, sobretudo contra um candidato em plena campanha eleitoral. Nem a esquerda nem a direita jamais fizeram uso desse artifício, e o mais provável é que o executor tenha problemas mentais e, portanto, como é lógico e por razões óbvias, não partiu de nenhum dos candidatos ou partidos.
Bolsonaro estava sendo derrotado na política. Nós o enfrentávamos com apelos à razão, desmitificando as soluções fáceis que ele propunha para problemas complexos, e, mais que tudo, defendendo valores humanos que a esquerda sempre abraçou e sem os quais deixaria de ser quem é.
Flávio Lúcio Vieira
Fonte: Assessoria
Créditos: Assessoria