Opinião

As Pedras se Encontram - Por Júnior Gurgel

Desde o último 04/10/2022 Ricardo Coutinho tornou-se elegível. Na esperança de Lula ser eleito, começa a procurar “traças” (Tineola uterella) para devorar seus empoeirados processos da Operação Calvário, ora dormitando nos armários do TJ-PB. Como lembramos ontem, a manobra rápida de Veneziano não evitou de passar pelo crivo da executiva nacional do PT, onde os prediletos são Luíz Couto e Ricardo Coutinho.

Desde o último 04/10/2022 Ricardo Coutinho tornou-se elegível. Na esperança de Lula ser eleito, começa a procurar “traças” (Tineola uterella) para devorar seus empoeirados processos da Operação Calvário, ora dormitando nos armários do TJ-PB. Como lembramos ontem, a manobra rápida de Veneziano não evitou de passar pelo crivo da executiva nacional do PT, onde os prediletos são Luíz Couto e Ricardo Coutinho.

João Azevedo, numericamente numa posição confortável obtida nas urnas (02.10.2022), procurou mais uma vez quem lhes deu as costas e negou-lhes apoio no primeiro turno: Lula. Se sua intenção foi “baratear” custos da campanha, é bom olhar no retrovisor da história (2010) e espelhar-se no exemplo de Maranhão. Escorado numa pesquisa com 22% de vantagem sobre seu adversário, por pouco não perdeu o pleito no primeiro embate. Ricardo entrará na campanha com o “escudo” petista. João realmente precisava desse apoio? Ou por força do destino até as pedras se encontram? Lula foi quem arrumou novamente todas as peças no tabuleiro, separando-as pelas cores.

Profissional da política, e exímio jogador deste tipo de Pôquer, Ricardo Coutinho sem mexer nas cartas paralisou a campanha de Pedro Cunha Lima (blefando) ao usar a interlocução de seu vice, Domiciano Cabral, alimentando a ideia de votar no tucano, caso Veneziano não chegasse ao segundo turno. O curioso é Cássio ter caído nesta arapuca, perdendo precioso tempo de uma campanha curta, recusando-se a declarar apoio a Bolsonaro, como fez seu companheiro de legenda em São Paulo. Esta foi a razão de Pedro deixar no “freezer” Nilvan e Arthur Bolinha.

O “tucanato” até ontem ainda aguardava o bombástico apoio de Ricardo Coutinho a Pedro Cunha Lima. Um cálculo confuso, que só subtrai e divide, não soma nem multiplica. Esqueceram de procurar o Republicanos, que por uma questão ética vai ter que sinalizar apoio a Bolsonaro; Wellington Roberto; PRTB; Por que Adriano Galdino se recusou coordenar a campanha de João agora no segundo turno? Ele deve votar em João. Mas, cruzará os braços com relação à disputa nacional.

O desembarque no Governo, de Ricardo Coutinho e seus “Xiitas”, provavelmente expulsará de imediato o prefeito da Capital, Cícero Lucena. Desagregará grande parte do MDB e outras legendas que o apoiam, só pelo fato dele ser adversário de Ricardo. Parlamentares, prefeitos e vereadores ainda guardam mágoas da arrogância e prepotência do ex-governador, principalmente do seu tratamento frio e abrutalhado.

Caso logre êxito na empreitada da reeleição, João sabe de antemão que Ricardo Coutinho ocupará o governo. Só a “guilhotina” aplacará sua sede de vingança. Cabeças irão rolar, e as vítimas não se resumem apenas aos atuais colaboradores de João, que para salvarem a pele demonizaram o “socialista”. A mídia profissional pagará um preço alto por tê-lo traído.

Será o natural candidato à sucessão e impedirá João de se licenciar, para não deixar Lucas Ribeiro assumir, sentir-se fortalecido e tentar uma reeleição com poder de caneta. Quanto a Veneziano, garantiu sua volta ao Senado em 2026. Serão duas vagas. E dos “traidores” foi o único que se redimiu. Ou será que tudo não passou de um “jogo combinado” nos bastidores?

Fonte: Júnior Gurgel
Créditos: Polêmica Paraíba