ARMADILHAS NA CÚPULA – As conspirações palacianas e as ameaças de possível deterioração do PSB na PB! - Por Francisco Airton

Claro que acompanho à distância, a novela de capítulo diário, que prenuncia o começo do fim de um projeto vitorioso que é a sucessão e (por enquanto) manutenção de um governo socialista na Paraíba. O ex-governador Ricardo Coutinho – liderança maior, comprovada com a eleição de João Azevedo para o Governo do Estado, vê-se envolvido por um vendaval de disse-me-disse, que vem colocando em jogo toda essa liderança e que ameaça, não só RC, mas o seu partido PSB, o próprio governo do estado e todo um projeto bem sucedido e tão bem orquestrado, solidificado pela coesão de ideais e pelo equilíbrio demonstrado – até então – pelas duas maiores lideranças!

Mas afinal, o que bichou nesse projeto tão bem sucedido, a ponto de estremecer uma amizade e colocar em risco um projeto que nunca teve o seu ápice na conquista do governo do estado? O que assisto – aqui da minha janela – é um PSB se deteriorando a cada instante e, ao que parece, com a anuência dessas duas lideranças, ou com a falta de pulso de um ou de outro, deixando soltar as amarras desse pacote de ideias fortes, de projetos futuros, abrindo flancos para algumas pardas lideranças (ou que se arvoraram a tal)!

Já disse isso em um outro comentário feito aqui por ocasião de um outro artigo, que esse é o mal da esquerda onde quer que se organize. Parece que se prepara o tempo todo para um projeto grandioso, arma muito bem, até enraíza e amarra todas as pontas (ou acha que amarrou) mas acaba deixando uma pontinha solta. Dá a entender que não consegue segurar as reais conquistas. Mas, de repente, começo a ter minhas dúvidas de, até que ponto esse aqui foi um projeto de esquerda! Até por que o nosso governador chegou a dar demonstrações claras de que já não estaria tão dedicado assim aos ideais socialistas e muito menos disposto a entrar em choque com o Governo Federal! Vou continuar a insistir que a desorganização da esquerda sempre será o motivo maior para suas derrocadas! Afinal, qual é a do PSB, quando se arrisca e pode deixar a qualquer momento escapar uma conquista como essa, de continuar administrando os destinos do Estado? No momento em que o partido deveria estar mais solidificado e mais unido, se deixa esfacelar como se fosse feito somente de areia! Não dá para entender!

De repente é como se cada membro do partido – guardadas as devidas ressalvas, pois sabemos que existem alguns poucos membros comprometidos com a proposta – se sentisse na condição de liderar e tocar o barco sem provocar enormes prejuízos!

Meus senhores, minhas senhoras, responsáveis pelo destino do partido e dos rumos desse governo, é preciso que cada um(a) se dispa de qualquer pretensão e olhe pelo lado que envolva mais o coletivo! Não é assim que tem que funcionar? Se o nome mais sólido para dar continuidade a esse projeto, até agora, exitoso, é o nome de Ricardo Coutinho, pois que assim seja! A gente que assiste a toda essa deterioração aqui do lado de fora, chega a pensar que, no fundo, no fundo, existe uma ponta de despeita pelo destaque e sólida liderança desse nome! É isso mesmo?

Pode até ter alguém que me acompanha nesse momento ao ler esse artigo, que pense que eu não tenho a menor consciência do que estou falando, por que não pertenço ao partido, ao governo e que por isso não tenho propriedade para comentar, mas engana-se quem pensa assim. Eu vejo um trágico desfecho para esse folhetim, do ponto de vista de um cidadão do povo e que já viu filmes parecidos. Existe um abismo enorme que pode engolir todo esse projeto!