Um levantamento divulgado pelo site “Polêmica Paraíba” trouxe com exclusividade a primeira pesquisa sobre o apoio dos prefeitos do Estado a candidatos que disputam o governo nas eleições de outubro. Foram abordados gestores dos duzentos e vinte e três municípios paraibanos, com sugestão de seis nomes que se colocam como pré-candidatos ao Executivo: João Azevêdo (PSB), Pedro Cunha Lima (PSDB), Veneziano Vital do Rêgo (MDB), Nilvan Ferreira (PL), Adjany Simplício (PSOL) e Lígia Feliciano (PDT). Dos entrevistados, 157 prefeitos informaram que apoiarão e votarão no atual governador João Azevêdo, que concorre à reeleição. 27 disseram votar em Pedro e outros 10 em Veneziano Vital do Rêgo. Pelo menos 29 se manifestaram indecisos ou sem ter posição tomada até agora. Nilvan e Lígia não pontuaram.
Ferreira chegou a minimizar, em declarações ao “Polêmica Paraíba”, o fato de não ter recebido publicamente o voto de nenhum prefeito no levantamento efetuado e afirmou que vem trabalhando para buscar, sobretudo, o apoio do povo paraibano. De forma textual, o comunicador expressou: “A nossa missão, no momento, é focar na busca do apoio do povo da Paraíba. Estamos indo a cada cidade, visitando os municípios, ouvindo as pessoas, elencando os problemas do Estado e apresentando as alternativas para solucioná-los. O apoio de prefeitos deve vir como consequência natural do trabalho que está sendo feito agora”. Nilvan opinou que muitos que declaram a Azevêdo o fazem por pressões externas para se manter na base, mas poderão mudar de lado com o desenrolar da conjuntura.
No fundo, para Nilvan, há insatisfações residuais de gestores municipais com o atual governo do Estado em face de supostas demandas não encaminhadas ou correspondidas em tempo hábil, mas tais insatisfações estarão contidas devido a pressões exercidas por parte de quem tem influência sobre esses prefeitos que, nesse caso, estariam aguardando o momento oportuno para posicionar-se livremente. Não é uma análise descartável, mas também essa avaliação não é totalmente confiável. A contabilidade do levantamento, inclusive, traz nomes de prefeitos de partidos que têm pré-candidatos ao governo mas apoiam Azevêdo, o que pode sinalizar que os sinais de descontentamento não estão restritos à base do chefe do Executivo, que postula a reeleição. Observadores políticos isentos, consultados pelo colunista, avaliam, contudo, que o apoio da maioria dos prefeitos ao governador reproduz a realidade política atual e seria consequência do carisma do poder, entrelaçado com a liderança que João Azevêdo tem procurado cimentar ao longo do período em que empalma a administração estadual.
Assessores diretos do governador são mais enfáticos ao comentar o levantamento que foi divulgado com ampla repercussão. Eles não têm dúvidas em atribuir o favoritismo de João Azevêdo às ações administrativas que este tem empreendido nas mais diferentes regiões da Paraíba, desencadeando implementação de investimentos que possibilitam a geração de emprego e renda para camadas carentes ou em situação marginalizada no mercado de trabalho. Afirmam que João Azevêdo tem atuado de forma a não discriminar nenhum município em virtude de divergência política com grupos locais, dentro da filosofia de pensar a Paraíba como um todo e de estar atento às suas obrigações à frente do Executivo. Um fato emblemático que é citado por interlocutores de João diz respeito à política de enfrentamento à covid-19, em que o governo estadual se articula indistintamente com prefeituras municipais para fazer avançar a campanha de vacinação e o controle da situação.
Especula-se que possam ocorrer algumas oscilações na margem de apoios de prefeitos municipais ao projeto político de recandidatura do governador João Azevêdo ao Palácio da Redenção, devido a fatores supervenientes, mas não de forma impactante que provoque desfalques substanciais na base oficial ou perspectivas de debandada rumo a outros postulantes que se anunciam. Da lista de nomes submetidos ao crivo dos prefeitos paraibanos, a maioria está em ritmo de pré-campanha, com atenção, entretanto, aos rigores da legislação eleitoral, sobretudo no caso do governador João Azevêdo. Pré-candidatos como o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que alardeia ter o apoio do ex-presidente Lula e o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) cumprem agenda de contatos, vão a eventos onde recebem adesões, movimentam-se para reforçar núcleos de apoiadores e redes sociais. Mas são mais ativos, sobretudo, na costura de alianças para respaldar os projetos macro, ao mesmo tempo em que ensaiam passos na formulação de propostas que discutirão com o eleitorado na campanha propriamente dita. O suporte de lideranças municipais é fundamental como parte da estratégia geral de postulantes ao governo do Estado.
Fonte: Os guedes
Créditos: Polêmica Paraíba