Eu pensei que com o advento do “Golpe de 16”, quando uma elite desesperada com um governo que só defendia minorias, criava universidades, botava filho de empregada para fazer faculdade e se formar em medicina e outras profissões criadas apenas para riscos, derrubasse a presidente eleita democraticamente, implantaria no país um governo sem corrupção, de pessoas honestas e de novos políticos que levariam o Brasil ao mais alto patamar do desenvolvimento!
Mas o que vimos nesses mais de seis anos de governo de ultradireita, foi, políticos corruptos, representantes dos mais indignos setores da sociedade, juízes vendidos, invasão clara de milícias, crime organizado, (muito mais organizado que antes) e, pasmem, uma população bem mais corrupta que os próprios representantes eleitos! O que vimos nos últimos dias foi um cenário desalentador envolvendo a compra ou não de uma vacina que deveria vir para salvar vidas. Um presidente que renegou a vacina desde que foi ventilada a sua criação e que levou a população – mesmo morrendo as dezenas e até centenas todos os dias – ao descrédito. Que incitou o povo contra a vacinação e depois que se viu voto vencido tentou puxar os louros da aquisição para si! A vergonhosa briga de braço com o governo de São Paulo e demais governadores visando as eleições de 2022, provocando uma densa cortina de fumaça apenas com o intuito de encobrir os desmandos dos filhos na corrupção desenfreada que já vinha sendo praticada muitos anos antes de tornar-se o presidente e que agora se vê na iminência do desmoronamento.
É diante dos descalabros provocados por este governo, que sentimos o Brasil descendo a ladeira em desabalada velocidade. Foi o golpe e os seus novos protagonistas que escancararam um tipo novo de corrupto. O povo – com grande ressalva as pessoas que ainda tem caráter – tem se revelado uma categoria nada confiável. Haja vista os aproveitadores que após – assim com o seu líder – negar a vacinação, ser o mesmo a furar filas inescrupulosamente, passando por cima das prioridades, dos velhinhos e dos mesmos profissionais que antes criticaram e até agrediram covardemente. São essas pessoas de “bem” que se utilizam do status que acreditam possuir para passar na frente de quem realmente detém o direito. Isso é ser honesto? É só o que estamos vendo o tempo todo pelo Brasil. É você que fura a fila da vacinação que se acha no direito de apontar o dedo e exigir punição contra a corrupção?
E assim, foi graças a eles (patriotas e cidadãos de bem) que atingimos o ápice no ranking da negatividade histórica. Somos o pior país no combate a pandemia do coronavírus, no incitamento a violência, ao armamento legalizado da população, no preconceito as classes menos favorecidas (negros, LGBTQI+, pobres, mulheres e idosos), além de outras tristes e preocupantes mazelas que surgiram a partir de 2018!
É claro que tudo já estava lá, muito antes do “Golpe de 16”. Nada foi criado para que o Brasil passasse a se apresentar ao mundo como um país de gente odiosa e preconceituosa, com um pé dentro das igrejas e o joelho no pescoço das minorias. Nada foi criado. Apenas esses cidadãos, quando sentiram que no “poder” ascendia uma nova liderança que os conduziriam ao apogeu dos seus desejos mais deprimentes, começaram a sair dos seus esconderijos para – sob o manto real da legalidade – praticarem toda sorte de atrocidades para com aqueles considerados presas fáceis!
Xingar pretos e até matá-los, passou a ser algo comum, pois o novo líder trouxe em seu plano de governo que, ser negro, quilombola ou homossexual era algo muito insignificante e que a polícia – que já matava pelo simples fato de não gostar da cor da criatura a sua frente – tinha agora um salvo-conduto de atirar para matar em legítima defesa!
De acordo com matéria publicada na revista Superinteressante de junho do ano passado, a “letalidade policial no Brasil é cinco vezes maior que nos EUA. Um estudo brasileiro, apresentado em 2018 pela pesquisadora e diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Samira Bueno, levantou dados sobre a letalidade da polícia nos EUA e em outros três países: África do Sul, Brasil e El Salvador. Em 2016, a cada 100 homicídios sem envolvimento da polícia nos EUA, policiais americanos matavam 2,9 pessoas. Na África do Sul, esse número era 3,7 – e, no Brasil, 7,8. Quem liderava a lista era El Salvador, nação da América Central que é tida como uma das mais violentas do mundo: com 10,6 homicídios a cada 100 pessoas mortas”.
As estatísticas mais recentes sobre as mortes por policiais no Brasil envolvem dados do Monitor da Violência, mantido pelo portal G1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Fortalecendo as mazelas que foram implementadas pelo novo governo, retirar multas por atos infracionais como (desmatamento ilegal, por ultrapassagem de veículos, cadeirinhas para bebês em carros particulares e etc.), foram medidas adotadas pelo Capitão que criou a Lei para melhor armar o cidadão comum, incitação ao ódio, principalmente aos representantes de partidos de esquerda, pose para fotos com símbolo de armamento em igrejas e outros locais públicos. Tudo num macabro chamamento a violência por todo o país.
E como não bastasse ver a liderança seguir contrária a tudo que significasse direitos e desenvolvimento – inclusive contrariando setores do próprio governo que insistia em seguir em frente – esse líder levava o seu gado puxado por uma argola que lhes rasgava as narinas, sempre aplaudido de pé (pelas quatro patas), incluindo famosos alimentados com boa alfafa e leite condessado dentro do “cercadinho”!
Mas, continuo a insistir de que nada é novo nisso tudo que hoje parece novo. A maldade em cada um, a estupidez e até mesmo a ignorância de outros, sempre esteve lá, adormecida apenas esperando o líder que lhe desse vez e voz! Por nós já passaram em bem pouco tempo, juízes mascarados de palmatórias da lei, de paladinos da justiça fazendo condenações e prisões sem qualquer prova, delatores que falam inverdades até hoje com o intuito de lavarem a própria cara, procuradores com o rei na barriga, que rasgam sentenças por se acharem acima da própria lei, pobres de direita que se acharam suficientes para atacarem poderes que não lhes pareciam estarem do lado certo (o deles), pobres de direita que se viram no direito de destratar profissionais que estavam e continuam na linha de frente contra a Covid-19, fascistas que desafiaram o STF, blogueiros que não eram nada e que se tornaram alguém a partir da propagação de fake News, do Gabinete do Ódio, negacionistas que minimizaram o vírus e que depois foram levado por ele de forma triste e sufocante, profissionais de imprensa que preferem a bajulação de quem quer que esteja no poder e tantos outros.
Com a ascensão do mito, pessoas ainda aplaudem ao desfile do rei, da frota de milicianos que se sente agora imponderada, dos estupradores disfarçados de pastores na igreja mais próxima. Verdade é que o Brasil desce a cada dia mais um ponto diante da opinião internacional e se isola como o país das mazelas, de governo ignorante e incompetente, e de agora, centro de malefícios e importador de doenças para outras nações.
Infelizmente há uma elite que aplaude essa nova forma de administrar e que é seguida por uma outra enxurrada de pobres criaturas agarrada aos pés dessa mesma elite representante daqueles medicamentos que não tem comprovação da ciência de que realmente servem para alguma coisa! São vendedores do caos e detratores da vacina que poderá em breve nos tirar de vez da linha de frente para a morte.
Fonte: Francisco Airton
Créditos: Polêmica Paraíba