Diferenciado

Afinal, qual a magia que torna Ricardo Coutinho tão especial? – Por Anderson Costa

Avaliando o caso do ex-governador Ricardo Coutinho, diante do cenário eleitoral que se desenha para a disputa da Prefeitura Municipal de João Pessoa neste ano de 2020, me deparei com o surpreendente fato de que, apesar de estar afundado até o nariz no maior escândalo de corrupção da história política da Paraíba, Ricardo ainda é considerado o candidato favorito para vencer o pleito caso apresente o seu nome.

Avaliando o caso do ex-governador Ricardo Coutinho, diante do cenário eleitoral que se desenha para a disputa da Prefeitura Municipal de João Pessoa neste ano de 2020, me deparei com o surpreendente fato de que, apesar de estar afundado até o nariz no maior escândalo de corrupção da história política da Paraíba, Ricardo ainda é considerado o candidato favorito para vencer o pleito caso apresente o seu nome.

confira: O dia do fim do mundo – por Anderson Costa

Em pesquisas, enquetes e até no boca a boca quando se conversa nas urnas o que se ouve como que num discurso feito a uma só voz é de que o ex-governador vencerá a disputa sem que seus adversários tenham muitas condições de ameaçar os seus números. Toda esta vantagem de Ricardo não é surpreendente diante de suas gestões enquanto prefeito de João Pessoa e como governador da Paraíba. Nas duas passagens, Ricardo conseguiu vender ao povo uma imagem de reformador da máquina pública que conseguiu azeitar todo o sistema a funcionar perfeitamente e fazer uma caminhada ao progresso cheia de obras entregues e iniciadas.

O que me surpreende é a resistência que a figura do ex-governador conseguiu apresentar dentre a opinião do eleitorado local diante de um cenário de constantes denúncias, prisão e uso de tornozeleira eletrônica. Enquanto a maioria das figuras políticas ruiriam diante de um cenário semelhante, Ricardo vem resistindo aos ataques e se mantém como o grande líder das esquerdas na Paraíba e na Capital.

Se compararmos a realidade do ex-governador com um outro grande líder político de esquerda que passou por uma situação semelhante, esta permanência do ex-governador paraibano se mostra ainda mais surpreendente. Lula, que ao fim dos seus dois mandatos de presidente da República possuía no Brasil um status quase que divinal, um César que já havia passado pela sua apoteose ainda em vida, não resistiu a Operação Lava Jato. Vimos os dois últimos anos do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, a Operação Lava Jato e toda a postura adotada pelo Partido dos Trabalhadores após as eleições corroendo toda a força que o Partido dos Trabalhadores e o próprio ex-presidente possuíam nacionalmente.

leia também: CAMINHOS DA PARAÍBA: A novela mexicana da política paraibana e seu roteiro digno de horário nobre – Por Anderson Costa

O PT que possuía toda uma expectativa de um retorno de Lula para mais um mandato triunfal como presidente da República entrou em uma draga que o fez perder grande parte de sua representação nos estados e nas cidades, como também no Congresso Nacional. O ex-presidente ainda segue como um importante jogador no xadrez da política, mas já não goza mais do prestígio que teve outrora. A deterioração da imagem de Lula diante do eleitorado brasileiro foi natural, esperada e lógica. O Brasil, um país que tanto critica a corrupção e os escândalos que estouram diariamente, rechaçar um ex-presidente que teria comandado o maior de todos os esquemas que entraram em ação no país é algo mais do que esperado.

Mas a queda de Lula só torna a resistência de Ricardo ainda mais surpreendente. Qual a magia, qual o elemento que faz o ex-governador se apresentar com tanta força diante de um eleitorado que igualmente ao que se apresentou em todo o Brasil deveria rechaça-lo. Claro que muitas águas ainda passarão pela roda do moinho que são as eleições, mas Ricardo se prova uma das maiores forças políticas paraibanas mesmo ainda estando no olho do furacão. Caso Ricardo vença as eleições não há duvidas que ele em seguida tente disputar o governo do estado contra João Azevedo em 2022. Caso Ricardo consiga cumprir estes objetivos ele se provará uma figura mítica na política estadual, pois não haveria na história da política local alguém que conseguisse apresentar todo este encanto diante do eleitorado e sobreviver uma devassa semelhante a que ele vive atualmente. Resta ver em 2020 quais serão os rumos que o destino reserva ao ex-governador. Afinal, é Ricardo um aprendiz de feiticeiro ou o grande xamã que domina as magias das urnas na Paraíba?

você pode gostar: Pedro, o Cunha Lima que vai tentar invadir as praias de João Pessoa – Por Anderson Costa

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba