Reflexão

A responsabilidade de decidirmos quem será o nosso guia no caminhar da vida - Por Rui Leitão

 

Num processo de seleção para escolha de alguém para ocupar um cargo, o critério primeiro é o de verificar se o candidato possui qualidades técnicas para exercê-lo. Depois se analisa a sua personalidade, o cuidado em não aprovar quem por questões emocionais possa comprometer o bom exercício de suas funções ou contaminar negativamente o ambiente em que atuará. Revela-se atitude de irresponsabilidade decidir em favor de quem não tem competência.

Quando se escolhe mal, enfrenta-se o risco enorme de sofrer consequências danosas, e às vezes irremediáveis, pela seleção equivocada. O pensamento primeiro após constatar o erro cometido é procurar interromper os efeitos prejudiciáveis da opção feita. Não permitir que o escolhido faça de suas atribuições funcionais instrumentos para promover desordem institucional. “Cortar o mal pela raiz”, como nos ensina a sabedoria popular.

Pior ainda quando nos vemos diante de um chefe despreparado. Ainda que a culpa não seja exclusivamente nossa, temos, por dever de cidadania, reagir e buscar redirecionar os acontecimentos que possam advir da postura inapropriada de quem está no comando de ações que nos dizem respeito. Termos a coragem de apontar suas fragilidades, na tentativa de fazê-lo perceber que sua autoridade não lhe dá o direito de falhar no exercício da liderança que lhe foi delegada. É frustrante observar que seu comandante estar perdido, sem saber como conduzir-se diante de problemas que lhe cabe resolver.

A convivência torna-se difícil. O comportamento abusivo e desorientado de um líder, produz um clima de insegurança que embaraça a obtenção dos resultados que todos esperam. A sensação é de que estamos num barco à deriva com o seu comandante mostrando-se inabilitado para conduzi-lo em direção ao porto seguro. O desespero provoca a aflição. A aflição leva à insensatez. Daí advém o caos.

O texto tem o propósito de despertar reflexões sobre as nossas escolhas. O ato de extrema responsabilidade ao decidirmos quem será nosso guia no caminhar da vida, quando podemos fazê-lo. Quem nos oferecerá luz para trilharmos os caminhos da prosperidade, na certeza de que temos como líder alguém em quem podemos depositar confiança irrestrita. Termos a convicção de que o timoneiro escolhido para dirigir a embarcação em que todos nós estamos, saiba administrar riscos e obstáculos que surjam, sem que sejamos vítimas de um naufrágio. Do contrário, não há outra alternativa a não ser descobrirmos alternativas para substitui-lo.

Rui Leitão

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba