Consciente ou inconscientemente nos colocamos muitas vezes numa postura de alguém que evita olhar para aquilo que nos incomoda. Esse é o comportamento em que se configura o fenômeno da “invisibilidade social”. Deixarmos de reconhecer a importância de pessoas que participam da nossa convivência diária, simplesmente porque são desprovidas de status, e, portanto, classificadas como de categoria inferior na estrutura social em que estamos inseridos.
A invisibilidade social produz seres insignificantes, desprezados pelos poderes públicos e por aqueles que se julgam diferentes em razão da privilegiada posição em que se encontram na pirâmide social. Sofrem a indiferença coletiva, estigmatizados pela condição de pobreza, baixa qualificação profissional, segregação ditada por preconceitos, etc.
O pior é que a agitação do dia a dia não nos permite refletir sobre a questão, de forma a tentarmos mudar essa atitude de total desinteresse pelo próximo que não se enquadra no figurino do perfeitamente aceito nos padrões sociais. Teimamos em não enxergá-lo. Insistimos em vê-lo como um anônimo, sem identidade. Nunca nos preocupamos em observá-lo como alguém que, como nós, tem família, projetos de vida, sonhos.
Mais grave ainda é perceber que os indivíduos que estão nessa esfera ignorada pela sociedade, terminam por não se verem também como cidadãos. Resignam-se ao estado de discriminação a que são submetidos e nem se animam em reagir contra. Perdem a noção dos seus direitos. Conformam-se em serem invisíveis.
Importante pensarmos um pouco sobre isso e buscarmos nos curar dessa cegueira determinada pelo egoísmo humano que domina o mundo contemporâneo. Os anônimos que nos servem, precisam ser reconhecidos como úteis, vi.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Polêmica Paraíba
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão