Opinião

A Igreja de São Frei Pedro Gonçalves é um dos símbolos de nossas raízes - Por Sérgio Botelho

Sigo meus relatos por aqui voltando para o Centro Histórico consagrado como tal, em João Pessoa. Mais precisamente para o Largo de São Frei Pedro Gonçalves.

Foto: Internet

Sigo meus relatos por aqui voltando para o Centro Histórico consagrado como tal, em João Pessoa. Mais precisamente para o Largo de São Frei Pedro Gonçalves.

E para falar sobre a própria igreja a emprestar seu nome ao local que fica exatamente contíguo à Praça Antenor Navarro. Trata-se de um dos primeiríssimos locais alcançados pela Cidade de Nossa Senhora das Neves que começava a subir, partindo de seu berço, o Porto do Varadouro. A rigor, a história pregressa da Igreja ainda está sendo construída. Embora em sua fachada esteja perpetuada a data de 1843, há vestígios de que tenha sido edificada bem antes, melhor dizendo, no século XVII.

O prédio atual, certamente não, pois deve ser mesmo fiel à data gravada no frontispício. Mas haveria versões anteriores. Pesquisadores garantem que há citação da igreja em documentos datados de 1692. Além do mais, escavações feitas na última reforma da igreja, no ano 2000 revelaram evidentíssimos sinais físicos de uma outra construção, mais abaixo. Segundo avalia o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba-Iphaep, a área construída e que se encontra soterrada deve ter cerca de 10.000 m² e pode se tratar das históricas ‘Muralhas do Varadouro”, que foram construídas para defender a cidade que nascia.

Conforme entende o instituto “esses vestígios de muros de pedra calcária, que atingem em alguns trechos entre oito e dez metros de altura, pelo seu período estimado, podem remeter às primeiras ocupações da então Capitania da Paraíba, de 1585”. Em meio a tais construções originárias dos primeiros tempos da Cidade e da Filipeia de Nossa Senhora das Neves pode tranquilamente estar versão ainda mais original da Igreja de São Frei Pedro Gonçalves.

O santo homenageado com o nome do templo viveu entre o final do século XII e início do XIII, na Espanha, e é considerado padroeiro dos homens do mar e dos barqueiros. Tudo a ver, portanto, com o porto ali próximo onde vivia e ganhava o pão uma gente que ajudou a fincar nossas raízes.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba