Quando somos alcançados por fases que nos trazem inquietação, ansiedade, desesperança, entendemos que é chegada a hora de virar a página do livro da História. É exatamente esse o momento que estamos vivendo no Brasil atual. Quando isso acontece aparecem aqueles que querem colocar venda nos nossos olhos para que não possamos enxergar saída para as crises. Tentam obscurecer a visão dos nossos sonhos. Alimentam o comodismo para não permitir reações. Buscam apagar a chama da coragem de rebelar-se contra o “status quo”.
Não podemos ficar resignados a verter lágrimas de lamento. Nem fraquejarmos inertes diante do inaceitável. Muito menos deixar perecer o desejo de mudança. Precisamos reanimar, sem medo, a força da conquista na reconstrução de nossa História. É chegado o instante de escrever um novo capítulo, acreditando no futuro. Tenhamos inteligência para percebermos as oportunidades, ainda que tentem obstaculá-las.
Que nos sirvam de lição os enganos ou desatinos cometidos. Que nos fortaleçam os exemplos de outrora que dignificaram nossa identidade nacional. Que as nossas vontades vençam os medos que intencionam colocar no nosso espírito. Que compreendamos a necessidade de respirarmos o ar da renovação. Porque adiar a ação da retomada de novos caminhos?
É necessário que saibamos iniciar a recomposição do nosso sistema democrático, tão mortalmente atacado na contemporaneidade. Busquemos as alternativas que garantam o enfrentamento que nos possibilite manter a luta pelos valores democráticos conquistados com sacrifícios nas décadas finais do século passado. A defesa de uma ideia não se restringe a uma personalidade, ela é multiplicada nos que compõem as multidões. Gandhi nos ensinou que “A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência”.
Rui Leitão
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba