Desde o início do seu governo, em 2019, o presidente da República, Jair Bolsonaro, vem apresentando uma falta de educação direcionada a imprensa e àqueles que o criticam. Mas a cada novo dia o seu comportamento vem piorando, ao invés de responder perguntas o presidente xinga a mãe daqueles que o questionam. Os lança adjetivos com o objetivo de detrata-lhes e fazer pouco caso das figuras que o cerca.
Mas muito além do que um breve destempero em momentos isolados que poderiam apresentar uma aspereza no relacionamento entre o presidente e a imprensa, estas falas demonstram uma fuga. Bolsonaro ao se ver acuado por perguntas que lhe deixam em situação de desconforto, ao invés de utilizar do jogo de cintura necessário a um bom político ou demonstrar o preparo esperado de um líder, faz a opção por portar-se como um garoto em idade escolar respondendo as ofensas de seus coleguinhas.
O que me cansa em toda esta situação, além da falta de maturidade e profissionalismo demonstrada por ele, é o comodismo de saber que poderá ofender sem nunca ter uma resposta tão baixa quanto seus impropérios. O Papa Francisco uma vez afirmou a um grupo de jornalistas que quando temos a mãe ofendida a reação esperada é que demos um soco no ofensor. A mãe da situação apresentada pelo papa era Maria, a mãe de Cristo, mas serve para todas as mães enquanto uma figura sagrada e louvável para todos aqueles que conheceram o amor materno. Com suas ofensas as mães dos jornalistas, Bolsonaro busca ofender aquilo que os mesmos possuem de mais sagrado em suas vidas independente de credo ou classe social.
É muito confortável para Bolsonaro gritar e ofender jornalistas em Brasília quando estes não o poderão atingir ou ofender. Bolsonaro está cercado por uma equipe de seguranças muito bem treinados, que o protegem de qualquer perigo a sua integridade física. Por outro lado qualquer profissional da imprensa que o direcione ofensas muito provavelmente teria sua presença em eventos oficiais e no planalto restringida pela assessoria do presidente. Até mesmo uma demissão não seria inesperada para aquele que ousasse dar ao presidente um impropério como resposta.
Portanto, apenas podemos analisar que Bolsonaro duplamente faz a opção pela saída dos covardes, uma vez que escolhe por ofender pessoalmente aqueles que estão desempenhando seu trabalho. Ao mesmo tempo a sua covardia se recobre pela capa da segurança que o seu cargo lhe garante. Bolsonaro vê nesta realidade uma situação que sempre lhe fora agradável, se antes era ao andar armado apresentando perigo a quem buscasse se opor a ele, agora é do alto de seu cargo.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba