OPINIÃO

A arte de bajular -Por Rui Leitão

Tem gente que não se incomoda em jogar sua biografia no lixo. São aqueles que se dedicam à arte de bajular. Porque carregam como característica de personalidade o servilismo para atingir fins pessoais. Esmeram-se em afagar o ego alheio, na ânsia de agradar o bajulado. Isso é muito próprio dos incompetentes. São vazios de espírito virtuoso.

Tem gente que não se incomoda em jogar sua biografia no lixo. São aqueles que se dedicam à arte de bajular. Porque carregam como característica de personalidade o servilismo para atingir fins pessoais. Esmeram-se em afagar o ego alheio, na ânsia de agradar o bajulado. Isso é muito próprio dos incompetentes. São vazios de espírito virtuoso.

O pior é que esses personagens estão presentes em todos os agrupamentos sociais. Uma lástima. Muitos procuram conquistar ou manter posições mais disputadas, usando maneiras sutis e sofisticadas de praticarem a adulação. E não se envergonham disso. Mesmo que correndo o risco de jogarem no lixo suas histórias de vida.

Para alcançarem seus objetivos, procuram descobrir o que pensam e o que querem seus superiores, para, assim, ajustarem seu comportamento ao dos chefes aos quais desejam demonstrar fidelidade. Apoiam até as coisas mais absurdas que os chefes possam fazer ou dizer. É a chamada lisonja interesseira. Identificamos muito isso no exercício da administração pública.

Exercem seu oficio de bajulador com habilidade. Fico triste quando vejo alguns amigos próximos ou conterrâneos que se destacam em postos de destaque nacional, adotarem essas posturas de subserviência vergonhosa para não perderem o prestígio com o chefe. Inclinam-se diante do poder com uma devoção servil. Se o superior está necessitado de elogio, eles capricham na condição de “capachos”. A exaltação, ainda que falsa, fortalece sua capacidade de contentá-lo, mantendo a oportunidade de continuar se dando bem na vida, mesmo que a custo da desmoralização pública.

O bajulador rasteja diante de quem possa satisfazer seus interesses. Fala sempre o que o bajulado gosta de ouvir. Suas opiniões variam conforme a orientação de quem esteja sendo bajulado. Assemelha-se a um camaleão. Tem uma versatilidade impressionante para adaptar-se às circunstâncias favoráveis.

Às vezes fico a me perguntar, porque pessoas que considero com algum nível de inteligência não conseguem sair da caixinha dos “puxa-sacos”, assumindo um comportamento tão deprimente? Porque tanto se rebaixam e se humilham, na ambição de permanecerem sendo prestigiados pelos que estão exercendo o poder? Tenho dificuldade em aceitar que a bajulação, a competência e a inteligência sejam qualidades que possam ocupar um mesmo corpo.

Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba