Opinião

A aliança Vital - Cunha Lima se sustentará até as eleições de 2024? - Por Vitor Azevêdo

Uma aliança surpreendente agitou as estruturas da política paraibana em 2022. Pela primeira vez na história as famílias Vital e Cunha Lima se uniram em uma eleição, quando Veneziano declarou o apoio a Pedro no segundo turno contra João Azevêdo. A surpresa dessa escolha de Veneziano foi ainda maior pois o Senador foi companheiro de chapa de João em 2018, e os dois tinham em comum o apoio irrestrito a Lula na eleição presidencial.

Arte: Marcelo Jr

Uma aliança surpreendente agitou as estruturas da política paraibana em 2022. Pela primeira vez na história as famílias Vital e Cunha Lima se uniram em uma eleição, quando Veneziano declarou o apoio a Pedro no segundo turno contra João Azevêdo.

A surpresa dessa escolha de Veneziano foi ainda maior pois o Senador foi companheiro de chapa de João em 2018, e os dois tinham em comum o apoio irrestrito a Lula na eleição presidencial.

As rusgas criadas entre João e Veneziano em 2021, ocasionando na decisão do Senador de formar uma chapa própria ao lado do PT, eram os primeiros indícios que algo do tipo poderia ocorrer no segundo turno. Durante os debates ficou evidente o clima mais ameno entre Pedro e Veneziano que não trocavam acusações entre si e concentravam suas atenções no Governador, mesmo sendo nomes da mesma cidade e de famílias tradicionalmente rivais na política paraibana.

Quando o anúncio da aliança ocorreu no dia 7 de outubro, uma das imposições de Veneziano era a de que Pedro não apoiasse Bolsonaro no segundo turno, o que acabou afastando Nilvan Ferreira que exigia o apoio de Cunha Lima ao então Presidente. Pedro conseguiu formar uma grande frente que englobava nomes da esquerda, do centro e da extrema-direita contra o Governador, Ao ponto de no dia anterior ao segundo turno durante uma carreata na capital, Veneziano, Cabo Gilberto, Wallber Virgolino e Efraim Filho estarem todos juntos com Pedro, em uma foto que seria irreal no começo daquela campanha.

Um nome que ficou escondido durante toda a eleição foi o do Ex-Governador Cássio Cunha Lima, quando confrontado nos debates sobre os problemas da gestão do pai, Pedro sempre recorria ao lema de que o importante era o presente e que rusgas antigas não eram necessárias para a Paraíba. Mas todo o bastidor da política sabia que Cássio trabalhou arduamente para a eleição do filho e que foi primordial para a vinda de Veneziano para o grupo,

Em um momento histórico para a política paraibana, Cássio e Veneziano se abraçaram em um comício em Campina Grande selando a união, com o ex-Governador afirmando que essa aliança perduraria para as próximas eleições. Essa fala de Cássio é o que motiva esse texto de hoje existir!

Veneziano tentará continuar ao lado dos Cunha Lima em 2024? Bruno aceitará o apoio de Veneziano em detrimento a alianças antigas? A manutenção da aliança é certeza de vitória contra Daniella? Essas são perguntas sem respostas definitivas, mas trago algumas pistas do que poderá acontecer na Rainha da Borborema.

Veneziano tentará continuar ao lado dos Cunha Lima em 2024? = Provavelmente; Se tratando das eleições de Campina Grande, Veneziano e Cássio tem mais uma vez, um rival em comum. Os Ribeiros já foram companheiros da família Vital em eleições anteriores, mas o distanciamento é cada vez mais latente nos últimos anos. Com o protagonismo de Daniella, Aguinaldo e agora Lucas que tem muitas chances de ser o candidato do Governador em 2024, Veneziano acredita que dando o apoio para a reeleição de Bruno, poderá ser retribuído pelos Cunha Lima em 2026 na disputa pelo Governo do Estado.

Bruno aceitará o apoio de Veneziano em detrimento a alianças antigas? = Improvável; Bruno não foi visto muito ao lado de Veneziano no segundo turno, e nas raras ocasiões que isso ocorreu, não vimos trocas de elogios entre os dois que foram rivais diretos na eleição de 2020, quando a esposa do Senador, Ana Claudia Vital perdeu a prefeitura da Rainha da Borborema, para o próprio Bruno. O burburinho nos bastidores da política são de que uma das hipóteses para 2024, é a de Ana Claudia ser a vice na chapa do Prefeito, que poderia abrir mão em 2026 para ser candidato a Câmara Federal.

Mas nesta última semana, Bruno deu indícios que de está se afastando dessa aliança, ao afirmar que um bom nome  para sua chapa é a de Micheline Rodrigues, esposa do ex-Prefeito Romero Rodrigues, que teve uma votação muito expressiva em Campina nas últimas eleições e que é uma possível ameaça ao Prefeito em um racha que Bruno não quer que aconteça. Resumindo, Bruno prefere 1000 vezes estar ao lado de Romero e não embarcar nessa nova aventura ao lado de Veneziano.

A manutenção da aliança é certeza de vitória contra Daniella? = Não; Bruno tem uma boa aprovação na Rainha da Borborema e se a aliança se sustentar, Veneziano seria importante em atrair votos na esfera da esquerda moderada campinense. Isso em outro momento seria certeza de vitória, mas isso não se aplica na configuração de 2024. Os Ribeiros estão com uma força pouco antes vista em uma família paraibana, Daniella foi eleita a primeira Senadora da história do estado, Aguinaldo é um dos lideres do Governo Lula e Lucas decidiu ir contra Bruno e se eleger Vice-Governador na chapa de João. Com todas esses predicados e o apoio maciço do Governador, a eleição de Campina Grande tem tudo para ser uma das disputas municipais mais acirradas da história da Paraíba.

Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba