De acordo com depoimentos de testemunhas à polícia, o crime foi cometido pelo pai da criança, que achou estar sendo perseguido pela polícia e se jogou da mesma janela na sequência. A criança foi encaminhada ao Hospital Geral do município.
Conforme o registro do boletim de ocorrência feito pela guarnição da Brigada Militar, assim que receberam a denúncia, uma equipe foi ao local e presenciou o homem, de 28 anos, se jogando pela mesma janela. Ele ainda quebrou uma porta de vidro na tentativa de fugir, mas foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio e encaminhado ao Hospital Pompeia, com fratura dos punhos.
A suspeita é que o homem estivesse sob o efeito de entorpecentes. Vizinhos disseram à reportagem que os “surtos” dele seriam recorrentes, devido ao uso de drogas como crack.
O homem não teve o nome divulgado pela polícia. A reportagem não conseguiu confirmar a identidade dos envolvidos para solicitar posicionamento de defesa em nome do pai da criança. Este espaço será atualizado tão logo haja manifestação.
“FALEI PRA DEUS: ‘QUE ELA CAIA NOS MEUS BRAÇOS'”
Andrielly Gabriel, 18, não mora no prédio onde ocorreu o caso. A casa dela fica na mesma rua, mas algumas quadras abaixo. A irmã dela, síndica do prédio onde ocorreu o crime, recebeu uma ligação informando que um vizinho gritava de forma descontrolada e ambas decidiram ir até o local.
“Meu pai foi levar minha irmã e eu decidi ir junto. Não era para eu estar lá, foi Deus”, afirma.
A jovem conta que, após acionarem a polícia, os presentes ligaram para a avó da criança. A mulher pediu a um amigo do filho para se dirigir ao imóvel e tentar acalmá-lo, mas quando o rapaz bateu na porta, o homem teria se desesperado.
Andriely conta que ouviu o homem, assustado, dizer que a polícia estava ali. Com um facão em uma mão e o bebê na outra, ele disse que ia jogar a filha.
“Pensei, vou ficar calma”, conta Andriely. A jovem lembra que não acreditou que fosse conseguir pegar a criança, devido à altura. Apenas esticou os braços e fechou os olhos. “Falei pra Deus: ‘que ela caia nos meus braços'”.
A jovem conseguiu segurar o bebê e, com a criança já no colo, correu para o apartamento da irmã, onde permaneceu até a polícia chegar.
INVESTIGAÇÃO
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. A delegada responsável, Thalita Andrich, informou que as oitivas devem ser realizadas na próxima semana. O pai da criança prestará depoimento assim que receber alta médica. A avó paterna, que está com a criança no hospital, também será ouvida assim que o bebê for liberado.
Segundo informações da Polícia Civil, a criança apresentava lesões e já foi realizado exame de corpo de delito. A polícia aguarda a emissão do laudo para investigar a causa. Também é aguardada para a próxima semana a oitiva da mãe da criança, que não residia no local do crime.