Na Capital paraibana, durante o 1º dia da XV edição da Semana Justiça pela Paz em Casa, também foi realizado o Júri Popular de Luciano Souza do Nascimento, acusado de Feminicídio na forma tentada (Processo nº 0007500-10.2018.815.2002), que ocorreu ocorrido em junho de 2018. Conforme informações prestadas pelo técnico judiciário Dimitri de Sousa Benjamin, nos termos da denúncia, o réu desferiu nove golpes de faca contra a vítima, sua então companheira, que não queria mais continuar o relacionamento. Ele foi preso em flagrante.
O julgamento foi conduzido pela juíza Francilucy Rejane de Sousa Mota, titular do 2º Tribunal do Júri da Capital. O Conselho de Sentença votou pela condenação do réu e a ele foi aplicada uma pena de 6 anos e 8 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado.
Presente no julgamento, a vítima disse confiar na Justiça. Hoje, consciente de que é sobrevivente de um crime, ela afirmou que nunca mais será a mesma, não só pelas marcas da violência no corpo, mas, principalmente, na alma. Com emoção, falou sobre a urgência de denunciar. “As mulheres não podem ter medo, tem que denunciar. Me calei muito tempo e as coisas foram acontecendo. Quando você demora a tomar uma atitude, as vezes a situação já está muito avançada e pode acontecer o que aconteceu comigo”, explicou.
O principal motivo que a levou a se calar foi a crença em alguma mudança do companheiro. “Acreditei na mudança, mas isso não existe. Na primeira vez que isso acontecer, tem que sair mesmo, pedir ajuda, ir à Justiça, pedir medidas protetivas, procurar um socorro e não ficar calada”, falou, numa espécie de aconselhamento a outras mulheres que passam por situações semelhantes.
A vítima também afirmou que existe muito julgamento em relação às mulheres que denunciam os maus tratos vividos. “Muita gente acha que é invenção, que é frescura, que não existe nada daquilo, que não vai acontecer, que a gente está se vitimizando. Mas, não é isso e a realidade tem que ser exposta. Tem que abrir a boca, gritar para o mundo e pedir ajuda”, alertou.
Fonte: TJPB
Créditos: Polêmica Paraíba