investigação

Suposto médium é denunciado pelo Ministério Público por sete crimes sexuais

O promotor responsável pela denúncia, Lucas Oliveira Machado, afirmou que o acusado teria cometido sete crimes sexuais, tendo cinco vítimas, sendo três enteadas do acusado.

imagem: reprodução/internet

O Ministério Público (MP) apresentou uma denúncia na quinta-feira (14) contra um homem de 49 anos, suposto médium, indiciado em dois inquéritos por crimes sexuais em São Gabriel, região oeste do Rio Grande do Sul. O promotor responsável pela denúncia, Lucas Oliveira Machado, afirmou que o acusado teria cometido sete crimes sexuais, tendo cinco vítimas, sendo três enteadas do acusado.

O advogado do acusado, Bruno Seligman de Menezes, alegou que as acusações não correspondem à realidade e que seu cliente tem um trabalho reconhecido na comunidade, sendo que acusações caluniosas não afetarão sua credibilidade.

A denúncia do MP inclui crimes de estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e importunação sexual, sendo duas acusações para cada crime. O promotor apontou como circunstâncias agravantes a prática de crime contra descendente, com objetivo de controle do comportamento sexual e social das vítimas, e a prática no contexto doméstico e familiar contra a mulher.

De acordo com o MP, o suposto médium utilizava falsas justificativas para praticar os atos, como no caso em que disse a uma das vítimas que ela era infértil e que só conseguiria resolver o problema a partir da submissão a ele. O promotor também informou que a importunação sexual contra as enteadas do acusado só foi revelada após a mais nova completar a maioridade.

O acusado encontra-se preso preventivamente desde 29 de março, no Presídio Estadual de São Gabriel.

Relatos

Uma mulher de 19 anos revelou ter sido abusada dos 13 aos 17 anos por um homem, de acordo com seus relatos. O suspeito a tocava de maneira similar a um ginecologista e a instruía a não procurar um especialista médico.

Outras mulheres que depuseram também alegaram ter sido vítimas de abuso sexual pelo acusado, sempre sob a promessa de que seus métodos eram necessários para a cura. Durante as consultas, o homem afirmava receber entidades espirituais.

Segundo o Ministério Público, o suposto médium atendia pessoas para consultas e cirurgias de curandeirismo em um centro espiritual da cidade. Ele inclusive prescrevia medicamentos controlados sem a devida prescrição médica.

Nota da defesa do acusado

A denúncia imputa condutas que não correspondem à realidade. Todas as vítimas pertencem ao mesmo círculo familiar-afeito da ex-esposa do acusado, com nítido interesse em prejudicá-lo. Com toda a repercussão do caso, não surgiram outras vítimas, justamente porque os fatos não correspondem à verdade.

O acusado tem um trabalho reconhecido na comunidade e não serão acusações caluniosas que atingirão toda a sua credibilidade. Estamos certos que a instrução do processo evidenciará a fantasiosa construção operada pelas supostas vítimas.

No momento, entendemos que não há causa contemporânea que justifique uma prisão cautelar. A segregação não pode servir como antecipação de pena, em violação ao princípio da presunção de inocência.

Fonte: IG
Créditos: IG