Um soldado da Aeronáutica gravou um vídeo fumando e postou uma foto em seu Instagram chamando a Força Aérea Brasileira (FAB) de Força Aérea da Biqueira. Tudo ocorreu dentro da base aérea de São Paulo, em Guarulhos, cidade da Região Metropolitana.
Na gíria dos criminosos, biqueira é o nome dado ao lugar onde drogas são vendidas. As cenas acima foram compartilhadas. Elas circulam pelo WhatsApp cerca de uma semana depois que um sargento da FAB foi preso com cocaína num avião presidencial brasileiro na Espanha.
As imagens feitas pelo celular do jovem soldado mostram que ele está cercado por outros militares enquanto traga um cigarro. Todos estão sentados numa arquibancada e usam o uniforme de educação física da FAB. Eles dão risadas vendo o colega fazer chacota com a instituição.
‘Não era maconha’
O caso foi investigado pelo setor de inteligência da FAB, que identificou o jovem e informou que ele fez as imagens em junho enquanto ainda era militar.
De acordo com a assessoria de imprensa da Aeronáutica, diante da suspeita de que o cigarro que aparece no vídeo pudesse ser droga, foi feita uma análise que descartou essa possibilidade.
“Houve também por parte da unidade que servia um levantamento e usaram métodos para verificar se era de fato a maconha, identificou que não era maconha. Era um cigarro de palha. Não era entorpecente”, falou nesta terça-feira (2) ao G1 o major Daniel Rodrigues Oliveira, chefe da assessoria de imprensa da FAB no Brasil.
Ainda segundo o oficial, o soldado deu baixa no serviço militar obrigatório temporário na última-sexta-feira (28). A FAB não divulgou o nome completo do ex-soldado alegando que ele não faz mais parte dos quadros da Aeronáutica.
Os militares
Questionada pela reportagem, a Aeronáutica não havia informado até o fechamento desta matéria se iria tomar alguma medida para punir o jovem pelas publicações que caçoam da instituição.
A assessoria da FAB informou, porém, que os outros outros militares que aparecem nas imagens foram identificados e também já deram baixa, não fazendo mais parte da Aeronáutica. A comunicação iria checar se também seriam tomadas medidas contras eles por terem caçoado da instituição no vídeo.
No Código Penal Militar (CPM), há artigos que punem com infração disciplinar os militares que fazem chacota da Aeronáutica.
Como a reportagem não conseguiu localizar os rapazes que estão nas filmagens, decidiu borrar seus rostos ao exibir o vídeo.
Na gravação original, por exemplo, aparece o primeiro nome do soldado que fuma, mas ele foi suprimido na edição porque também não foi encontrado para falar.
Fonte: G1
Créditos: G1