Quase duas semanas após a babá relatar as agressões que o menino Henry Borel Medeiros, 4 anos, sofria dentro de casa à mãe do menino, Monique Medeiros, enviou à avó Rosângela Medeiros uma foto do garoto dormindo no chão do quarto que dividia com o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho.
Na conversa, obtida pelo jornal O Globo, Rosângela respondeu à foto com a mensagem: “Toda criança é desse jeito. Seu irmão foi assim. O problema é que pai tolera e aceita. E tio?”. A mãe do menino, então, disse: “Quem ama, aceita e tolera também…”.
A troca de mensagens ocorreu 11 dias após o relato da babá do menino, Thayna de Oliveira Ferreira, à Monique sobre as agressões que Henry sofria. Na data, Thayná contou, em tempo real, o que ocorria na casa para a mãe da vítima. Apesar de estar a cinco minutos de distância, Monique só retornou ao apartamento 3 horas depois.
No depoimento prestado na 16ª DP (Barra da Tijuca), a babá relatou que estava na brinquedoteca do prédio com Henry quando Monique pediu para que descessem a fim de “darem uma volta” de carro.
Segundo ela, a mãe de Henry disse: “Nossa, eu vim rápido, ainda borrei minha unha. Me conta, Thayna, o que aconteceu?”. A babá, então, contou novamente a conversa que teve com Henry, em que o menino relatou as agressões que sofreu de Jairinho. A criança ainda confirmou com a cabeça que havia sido agredida.
Caso Henry
Monique e Jairinho foram presos no último dia 8, um mês após a morte do menino. A prisão foi decretada por 30 dias pelo 2º Tribunal do Júri. O casal alega acidente doméstico, mas laudo cadavérico mostrou que no corpo do garotinho havia 23 lesões por agressões.
Henry chegou a falar para Monique sobre os maus-tratos que recebia de Jairinho. Ele fez uma ligação de vídeo, no dia 12 de fevereiro, para contar à mãe que tinha sofrido agressões.
De acordo com o delegado Edson Henrique Damasceno, Monique e Jairinho serão indiciados por homicídio duplamente qualificado e tortura.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Metrópoles