O médico Edvan Benevides, ex-diretor do Hospital de Trauma e também ex-secretário de Saúde do Bayeux, está sendo apontado com um dos integrantes da organização criminosa que desviou milhões da Saúde da Paraíba no governo de Ricardo Coutinho. O nome dele foi citado pelo ex-diretor da Cruz Vermelha, Daniel Gomes, que está preso, durante delação.
Em Bayeux, Benevides assumiu a Secretaria de Saúde do Município, em 2018, na gestão interina de Noquinha. O comando da secretaria foi uma indicação do atual presidente da Câmara de Bayeux, Jefferson Kita, que na época presidia a comissão de saúde da Câmara. Em depoimento, Noquinha afirmou ao Ministério Público que teve uma reunião de madrugada para nomear Benevides para a Saúde sob promessa de melhora da saúde do município.
A indicação de Kita foi atendendo um pedido pessoal de Ricardo Coutinho e Waldson Sousa, aliados de primeira linha de Kita. Waldson está preso na Penitenciária Média de Mangabeira e Ricardo Coutinho com mandado de prisão expedido durante a 7ª Fase da Operação Calvário deflagrada nessa terça-feira (17), na Paraíba e em outros estados.
Durante a gestão de Benevides, aliado de Kita, o município de Bayeux adquiriu quase R$ 8 milhões em medicamentos em cerca de 75 dias, conforme consta no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A compra fez com que o Ministério Público Federal (MPF) investigasse o caso.
Conforme delação de Daniel Gomes, a Cruz Vermelha fazia pagamentos de supostas propinas a Edvan Benevides, como uma forma de “cala boca” sobre os esquemas de desvios. Mesmo como secretário de Saúde de Bayeux, ele recebia um ‘salário’ mensal.
O delator acrescentou que Edvan conseguiu dar vazão aos atendimentos de Bayeux, pois a então secretária de Saúde do Estado, Claudia Veras (presa), direcionou uma série de atendimentos dos pacientes de Bayeux, em especial, para o Hospital Metropolitano de Santa Rita administrado pelo IPCEP.
‘Médico ostentação’
Edvan Benevides, também vivia uma vida de ostentação e fazia questão de não esconder nada de ninguém. Em um vídeo, que circulou nas redes sociais, em 2015, Benevides se deixa filmar dentro de um camarote de estádio de futebol, com a camisa da seleção brasileira, e pronuncia frases de ostentação, tipo “aqui não é pão é água, não, viu seus lisos? Cambado de lisos tá assistindo em casa, a farra aqui é grande, certo? Aqui é pra quem pode.”
A reportagem não conseguiu contato com o Edvan Benevides, mas deixa o espaço aberto para o direito de resposta.
Fonte: Assessoria
Créditos: Assessoria