A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu, nesta terça-feira (24), mais uma pessoa acusada de envolvimento com a morte do autônomo João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos. Segundo a 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), trata-se da agente de fiscalização da unidade do Carrefour onde ocorreu o crime, Adriana Alves Dutra, 51.
Em coletiva de imprensa, a delegada-chefe da 2ª DPHPP de Porto Alegre, Nadine Anflor, informou que a prisão é temporária. “Já tínhamos procurado por ela e não a encontramos, ela justificou que estava recebendo ameaças. Estivemos na casa dela e não a encontramos, hoje [terça-feira (24/11)] veio com o advogado e a informamos do mandado de prisão”, explicou.
Ela foi presa porque teria poder de comando sobre os dois seguranças que espancaram e mataram João Beto, e já estavam presos.
Além disso, as incoerências no depoimento da suspeita também levantaram desconfiança dos policiais. Adriana é a funcionária que tenta impedir a gravação do assassinato de João Beto.
Em depoimento à Polícia Civil, a suspeita informou não ter escutado a vítima pedir por socorro. Adriana narra ter sido chamada para conter a briga entre o cliente e uma outra empregada do mercado. Ela disse que, antes de ir para o estacionamento da loja, Beto teria empurrado uma cliente. No entanto, as imagens analisadas pela polícia não mostram a vítima empurrando nenhuma mulher.
Adriana também falou aos policiais que Beto e os seguranças começaram a brigar e que, nesse momento, ela teria chamado a Brigada Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A agente de fiscalização afirmou ter pedido várias vezes que os seguranças soltassem João Beto, mas que não ouviu a vítima gritar por socorro.
Entretanto, em vídeos que circulam pela internet, Adriana aparece perto do corpo de João Alberto, que estava sendo espancado no chão. Ele gritava por socorro e dizia: “Estou morrendo”. A funcionária do Carrefour filma a vítima e, ao perceber que uma testemunha também gravava as agressões, pede que o vídeo seja interrompido.
“Não faz isso, não faz isso, senão vou te queimar na loja. Não pode”, diz Adriana, ao “justificar” as agressões. “Ele deu em uma mulher lá em cima. Senão, a gente não teria [feito isso]. Ele bateu no fiscal. Ele pode bater em nós? A gente está tentando mobilizar ele”, completa.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: METROPOLES