Duas horas depois de lamentar nas redes sociais as mortes ocorridas em Paraisópolis (zona sul da capital paulista), o governador de São Paulo elogiou a política de segurança do estado.
“Hoje, São Paulo tem uma polícia preparada, equipada e bem informada”, afirma Doria durante a solenidade de filiação do ex-ministro Gustavo Bebianno ao PSDB do Rio de Janeiro.
“Não há hipótese de uma comunidade, uma população, uma cidade, um estado ou uma grande região ter paz sem ter segurança. Em São Paulo, isso se faz com seriedade, com planejamento, com estruturação, com inteligência para permitir a ação preventiva do crime, com respeito aos policiais”, disse Doria, afirmando ter aumentado o orçamento da segurança para o ano que vem.
O governador afirmou também que “os melhores indicadores de segurança do país estão em São Paulo.
“Não é fruto do acaso. Trabalho, integração da Polícia Civil e Polícia Militar. Equipamento. Formação. Treinamento”, pontuou. Doria ainda lembrou ter enviado 178 policiais para o exterior “para aprender com quem sabe.”
Uma ação policial em um baile funk na madrugada de domingo (1º) terminou com nove pessoas mortas por pisoteamento e outras sete feridas, na favela de Paraisópolis (zona sul de SP).
O tumulto aconteceu em evento com mais de 5 mil pessoas. Imagens e relatos indicam que a multidão acabou encurralada pela polícia em vielas estreitas—alguns tropeçaram e acabaram mortos. Jovens afirmaram que a ação foi uma “emboscada”.
A Polícia Militar afirma que ainda não é possível saber se a ação ocorreu de maneira correta, que algumas imagens divulgadas sugerem abusos e que tudo será investigado.
A corporação sustenta, porém, que a confusão começou após uma perseguição a suspeitos em uma moto, com quem trocaram tiros.
Segundo a polícia, a fuga se deu por 400 metros e depois os suspeitos entraram no meio do baile ainda disparando. “Criminosos utilizaram pessoas no pancadão como escudos humanos”, disse o tenente-coronel Emerson Massera, da PM.
Na noite de domingo, centenas de moradores de Paraisópolis tomaram as ruas da favela e arredores para protestar contra o episódio.
Durante a manifestação, os moradores cantaram um trecho de um funk clássico. “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci”, entoaram.
Em parte do trajeto, encontraram com policiais e o clima ficou mais tenso. “Assassinos, assassinos”, gritavam. No entanto, não houve conflito.
Fonte: UOL
Créditos: UOL