Paraíba - O Ministério Público da Paraíba (MPPB) iniciou um procedimento administrativo para acompanhar e fiscalizar a investigação da Polícia Civil sobre a operação da Polícia Militar que levou à morte de cinco jovens na noite do último sábado (15), no bairro Valentina, em João Pessoa. Essa informação foi confirmada pelo próprio MPPB.
A investigação ficará a cargo do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (Ncap), vinculado ao MPPB. O objetivo inicial é assegurar que todas as medidas necessárias para investigar as circunstâncias da ação policial foram tomadas.
Cláudia Bezerra, coordenadora do Ncap, foi a responsável pela abertura do procedimento e requisitou que o Comando do 5º Batalhão da Polícia Militar da Paraíba envie, em até 24 horas, informações sobre o caso, incluindo o Boletim de Ocorrência Policial Militar (BOPM) e outros documentos pertinentes.
Além disso, a Delegacia de Crimes Contra a Pessoa de João Pessoa deverá, dentro do mesmo prazo, informar sobre a abertura do inquérito policial e fornecer o número do processo no PJe.
Cláudia Bezerra destacou que a medida visa supervisão de casos de letalidade policial, garantindo transparência e eficácia nas investigações.
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O secretário de Segurança Pública da Paraíba, Jean Nunes, declarou na segunda-feira (17) que os policiais militares envolvidos agiram em legítima defesa, afirmando que foram “recebidos a bala” pelos cinco homens. Esse comentário foi uma resposta a um protesto de moradores que questionavam a operação.
Jean Nunes também enfatizou que será instaurado um inquérito policial para investigar as circunstâncias do caso. Cristiano Santana, superintendente da Polícia Civil em João Pessoa, informou que seis policiais militares que participaram da ação deverão prestar depoimentos.
Contexto do caso
De acordo com a Polícia Militar, cinco jovens se reuniram na noite de sábado (15) no município do Conde, com a intenção de vingar a morte da mãe de um deles, que era vítima de feminicídio. No entanto, durante essa ação, o grupo foi interceptado por viaturas do 5º Batalhão.
O relato da PM indica que os indivíduos estavam em dois veículos e desobedeceram à ordem de parada. Assim, ocorreu uma troca de tiros, resultando na morte dos cinco.
Entre as vítimas, um era identificado como uma liderança criminosa na comunidade Vista Alegre, outro usava tornozeleira eletrônica e um deles era filho da mulher assassinada.
