Médica, que denunciou ser vítima de violência doméstica pelo ex-marido, compara relacionamento a um "campo minado" - CONFIRA
A médica Mikaella Lacerda, que denunciou ter sido vítima de violência doméstica pelo ex-marido, o médico Kauê Queiroz de Seabra, falou com exclusividade à TV Cabo Branco, nesta quarta-feira (13), e deu detalhes sobre as agressões que sofreu no relacionamento. Ela comparou a relação com um “campo minado”, pois sempre estava com medo de alguma explosão.
A médica Mikaella Lacerda, quedenunciou ter sido vítima de violência doméstica pelo ex-marido, o médico Kauê Queiroz de Seabra, falou com exclusividade à TV Cabo Branco, nesta quarta-feira (13), e deu detalhes sobre as agressões que sofreu no relacionamento. Ela comparou a relação com um “campo minado”, pois sempre estava com medo de alguma explosão.
“Têm pessoas que falam ‘pisando em ovos’, eu não pisava em ovos, era uma mina, um campo minado. De manhã eu acordava já pensando ‘o que eu posso fazer para ele não brigar comigo, para ele não me agredir, para ele não me xingar, para o dia ser perfeito?’”.
Em nota assinada pelos advogados Aécio Farias e Ravi Vasconcelos, a defesa de Kauê Seabra informa que ele nega que tenha cometido qualquer lesão corporal contra a ex-esposa. Os advogados alegam ainda que a vítima teria sido “diagnosticada com síndrome de borderline”, e que tinha “surtos psicóticos”. Ainda diz que as medidas protetivas requeridas pela vítima estão sendo cumpridas pelo médico.
Mikaella Lacerda deu detalhes da agressão da madrugada do dia 1º de setembro, cujas imagens estão nos autos do processo que foi aberto após a vítima prestar um boletim de ocorrência, no dia 1º de setembro de 2023. Nas imagens, o médico aparece empurrando a esposa, mas ela relata que as agressões continuaram no quarto.
“Eu fiquei com marcas nos braços, nas costas, marcas no glúteo”, contou Mikaella Lacerda à repórter Zuila David.
Ela disse que, após os empurrões na sala, foi para o quarto e trancou a porta com medo. Em seguida, o ex-marido arrombou a porta com chutes e entrou. “Ele entra, coloca as cervejas no frigobar e sai. Nisso eu deito novamente, fecho a porta, mas não consigo mais fechar a porta com a chave. Ele volta, diz ‘fechou de novo?’ e dá mais dois chutes”.
Nesse momento, o suspeito teria dito que apagaria as imagens do circuito das câmeras de segurança e continuado as agressões. No dia seguinte, Mikaella Lacerda decidiu denunciar.
Nos autos do processo, constam três vídeos. Em um deles, de 2022, o médico aparece cuspindo no rosto da vítima, após uma discussão, no quarto do casal. No segundo vídeo, gravado no mesmo quarto, em 2021, ele aparece com uma arma e atirando pela janela do apartamento. Já o terceiro foi registrado na madrugada do dia 1º de setembro de 2023.
Contudo, o primeiro sinal de relacionamento abusivo percebido por Mikaella Lacerda foi nos primeiros meses de namoro, durante uma festa. “Ele, por ciúme, alcoolizado, deu um tapa na minha mão com muita força, ao ponto de derrubar um copo que eu estava segurando”.
A médica afirmou que inicialmente teve medo de denunciar e sofrer represálias. “Eu tive medo das represálias dele porque ele alegava que ia tirar meus filhos de mim”.
O médico paraibano Kauê Queiroz de Seabra é investigado pela Polícia Civil por violência doméstica contra a ex-mulher. Vídeos que o g1 teve acesso nesta terça-feira (12), com imagens registradas em 2021, 2022 e 2023, mostram as cenas de agressão, que aconteciam no apartamento em que eles moravam, no bairro de Manaíra, em João Pessoa.
O caso mais recente de agressão teria acontecido entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro de 2023. A vítima, que também é médica, relatou que Kauê chegou em casa de madrugada, embriagado, e com várias latas de cerveja para beber. Ela teria feito um relato sobre o vício em bebida prejudicar as famílias, e que, por causa disso, ele a xingou. A vítima relatou que ficou com medo e tentou ir para o quarto, quando ele a interceptou, intimidando com o próprio corpo, e a agrediu com empurrões e apertos no braço. Estas seriam as agressões registradas no terceiro vídeo.
Os gritos de socorro feitos pela vítima na madrugada do dia 1º de setembro foram ouvidos por vizinhos, tanto do mesmo andar quanto de andares superiores do condomínio. O g1 teve acesso ao termo de depoimento de um destes vizinhos, que relatou o que ouviu na madrugada.
No documento, o vizinho relata que, por volta das 1h30, ouviu gritos de socorro. Ele foi até a janela, abriu, e conseguiu identificar que vinham do apartamento onde a vítima morava. Segundo o morador, que reside no edifício desde 2021, as brigas no apartamento de Kauê e da vítima eram recorrentes.