As informações foram divulgadas pela Procuradoria da República no Rio de Janeiro na tarde desta sexta-feira (18).
Riguette morava sozinho e prestava serviços como analista de informática. Também foi candidato a vereador pelo Democratas (DEM), em 2008, no município de Trajano de Moraes (RJ). A Polícia Federal encontrou mais de 700 mil fotos e vídeos pornográficos nos computadores dele.
Os policiais apuram ainda a extensão dos crimes cometidos pelo acusado e aguardam os resultados da perícia. “Haviam fotos de bebês, crianças de várias idades. Precisamos saber, por exemplo, se ele mantinha conversas com menores, se gravava vídeos, ou mantinha contato com estupradores”, explica a delegada Paula Mary Reis de Albuquerque, responsável por interrogá-lo.
Ironicamente, em seus perfis nas redes sociais, Riguette dizia temer supostos avanços do ‘kit gay’ entre crianças e mostrava-se defensor da ditadura militar. Suas últimas postagens em modo público no Facebook antes de ser preso – no dia 10 de outubro – trazem notícias e montagens a favor de Jair Bolsonaro, então candidato à Presidência da República.
Em uma delas, pede aos amigos que compartilhem um vídeo contendo informações falsas sobre o ‘kit gay’. “Haddad implanta o kit gay nas escolas, e Bolsonaro luta contra isso. Ajudem a compartilhar muito esse vídeo”, escreveu.
Riguette era considerado pelo FBI um dos 100 maiores propagadores mundiais de pornografia infantil via p2p (sigla para peer to peer, quando o arquivo é compartilhado de um computador a outro). O caso chegou à Polícia Federal brasileira via contato dos investigadores americanos da operação Centurion Plus.
Ele pode ser condenado a até 6 anos de prisão pela lei brasileira, pelos crimes previstos nos artigos 241-A e 241-B da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que são oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar conteúdo de sexo explícito ou pornografia que envolva crianças ou adolescentes.
Além de integrar o ranking do FBI, Riguette chegou a desenvolver um software que catalogava esses arquivos conforme a idade das crianças vítimas. De acordo com os procuradores, o acusado revelou que criou o programa “em virtude de seu interesse, da frequência e da quantidade de arquivos pedopornográficos que baixava”.
A CartaCapital tenta contato com a defesa do acusado.