A líder quilombola Maria Bernadete Pacífico foi baleada na quinta-feira (17) por dois homens que usavam capacetes e invadiram um prédio no quilombo Pitanga dos Palmares, perto da cidade de Salvador, segundo o Ministério da Segurança do Estado da Bahia.
Pacífico era yalorixá de candomblé no quilombo de Pitanga dos Palmares e lutava pelo reconhecimento de suas terras, além de buscar justiça pela morte de seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, o Binho do Quilombo, outra liderança da comunidade quilombola que foi assassinado no ano de 2017. O crime ficou sem solução, e Bernadete sempre levantou sua voz para buscar justiça.
“É uma luta de resistência, de sofrimento e de muito conflito e morte. Eu perdi meu filho por conta desses conflitos”, disse Bernadete em entrevista no Fórum Social Mundial de 2018.
Foi também em 2017 que a luta histórica de Bernadete para o reconhecimento do Quilombo Pitanga dos Palmares deu seu primeiro passo importante: mais de 289 famílias quilombolas numa área de 854,2 hectares de terras tiveram suas terras garantidas pelo Incra. Agora, falta a Fundação Palmares – que ficou quatro anos parada – reconhecer o território como quilombola. Infelizmente, ela não poderá ver isso.
Bernadete também foi secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho (BA), município em que fica a comunidade quilombola.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Fórum