Uma mulher de 31 anos foi presa na noite dessa terça-feira, véspera de Natal, por injúria racial contra um porteiro do condomínio onde mora, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil, ela pagou fiança e vai responder em liberdade.
O crime ocorreu por volta das 19h, em um imóvel no Bairro Santa Maria. De acordo com a Polícia Militar (PM), o funcionário, que tem 43 anos, contou que o sistema de interfones não estava funcionando. A orientação era de que os visitantes ligassem para os moradores, que deveriam comparecer à portaria para liberar a entrada.
Consta no boletim de ocorrência, obtido pela TV Alterosa, que a mãe de Ariane Ellen Viriato chegou ao prédio e ligou para a filha explicando a situação, o que deixou a moradora irritada. A convidada passou o telefone para o porteiro, que repetiu as orientações à mulher. Segundo ele, ficou bastante exaltada porque estava esperando mais convidados e questionou se teria que buscar todos na entrada do condomínio.
Depois de alguns minutos, a mulher chegou ao local ainda nervosa, reclamando da situação. Em seguida, ela começou a xingar palavrões e se voltou contra o porteiro, o culpando pelo problema e o chamando de “macaco e nojento”.
Testemunhas do crime acionaram a PM. Uma delas se dispôs a comparecer a uma delegacia para contar o que viu. A polícia informou que o caso se espalhou entre os moradores, gerando indignação.
Ariane negou ter praticado injúria racial, segundo o registro da polícia. Consta no documento que ela ficou insatisfeita ao ver a mãe ainda na portaria, reclamou da situação e saiu com a mãe em direção ao prédio “xingando sozinha e sem direcionar qualquer xingamento a alguém do condomínio”, conforme alegou a suspeita.
Ela ainda disse que o porteiro pode ter se enganado ao ouvir algo, que “até gosta de pessoas de cor negra”, e que não tem problemas com etnia ou religião. Ainda segundo o documento, Ariane completou as justificativas dizendo que o padrasto é negro e que ela é fã do jogador Sassá, atacante do Cruzeiro. Os envolvidos foram levados para uma delegacia de plantão em Contagem.
Nesta quarta-feira, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que foi ratificado o flagrante pelo crime de injúria racial. Ariane pagou uma fiança de R$ 2 mil e foi liberada. Ela vai responder o caso em liberdade e, agora, o caso será analisado pela Justiça mineira.
O Estado de Minas entrou em contato com o porteiro, que preferiu não dar entrevista. As ligações feitas para Ariane não foram atendidas. A reportagem também tentou localizar a defesa da moradora nesta manhã, mas não obteve contato.
Fonte: Em.com.br
Créditos: Em.com.br