O funcionário de uma lanchonete, que foi xingado por duas jovens enquanto limpava o chão, registrou ocorrência contra elas na 54ª DP (Belford Roxo), na Baixada Fluminense, nesta quinta-feira. A ex-namorada dele, junto com uma amiga, gravaram e publicaram nas redes sociais um vídeo no qual destratavam o jovem. As imagens viralizaram no início da semana, gerando revolta entre internautas, que as acusaram de racismo. Segundo a advogada do funcionário, ele ainda foi agredido antes da filmagem.
As duas jovens gritavam frases como “limpa o chão f*”, “lambe o chão, babacão”. Jullia Rodrigues, a amiga da ex-namorada, ainda publicou outro vídeo após o episódio, ocorrido numa unidade do Bob’s, dizendo que “não era porque o menino era preto não, porque ainda tem pretos bonitinhos, mas ele é um preto feio e horroroso”. Ela ainda fez menção ao órgão sexual do rapaz e disse que fizeram um “auê no trabalho do garoto”.
A advogada Luciana Mauricio, que representa o rapaz, afirmou discordar “de alguns conceitos doutrinários”, mas ressaltou que o que ocorreu “foi injúria racial”. Ela fez um pedido alternativo para que qualifique Jullia no crime de racismo pela Lei Caó. Já para a ex-namorada do funcionário, que se chama Thais Araújo, o registro foi de “injúria qualificada”, porque, segundo a advogada, ela deu dois tapas no rosto do ex-namorado antes dos fatos que aparecem no vídeo.
A Polícia Civil informou, por meio de nota, que as investigações sobre o caso estão em andamento, as imagens estão sendo analisadas e todos os envolvidos serão chamados para prestar depoimento.
As imagens acabaram sendo compartilhadas na redes e tiveram grande repercussão. O assunto chegou a ser o terceiro assunto mais comentado no Twitter na última terça-feira.
Após receber acusações de racismo, Thais justificou que não poderia ser racista pois namorou o funcionário por seis anos, o conhecia há oito, e os dois tinham dado um fim no relacionamento há menos de uma semana. Segundo ela, no dia do vídeo, “estava fora de si” e que estava recebendo julgamento de pessoas que “não sabiam o que realmente tinha acontecido”. Já Jullia também usou as redes para se desculpar e disse que “não poderia ser racista porque tem vários amigos negros”, o que gerou ainda mais críticas.
Em nota, o Bob’s informou que “repudia qualquer tipo de discriminação ou assédio e lamenta que cenas como essa, até hoje, ainda sejam vistas nas relações entre pessoas. O funcionário segue trabalhando normalmente na empresa, sendo inverídicas as declarações de desligamento dele. Para preservar sua privacidade, o Bob’s não divulga o local do ocorrido, mas está à disposição para qualquer esclarecimento na apuração dos fatos”.
Fonte: Extra
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